Sandro Viana (à direita) diz que Usain Bolt está acima da humanidade| Foto: WILLIAM WEST/AFP
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O velocista brasileiro Sandro Viana, que foi para a segunda rodada das eliminatórias dos 200 metros rasos, entrou para o coro dos que colocam suspeitas sobre o desempenho do jamaicano Usain Bolt e reclamou do barulho que os chineses fazem no estádio.

Viana ficou em quarto na sua bateria, fazendo apenas o 26º melhor tempo nas eliminatórias dos Jogos de Pequim, depois de ter queimado a primeira largada e atrasado a segunda. A próxima rodada classificatória acontece ainda nesta segunda-feira.

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Sobre a queimada, ele afirmou que confundiu um barulho na torcida com o tiro de largada e arrancou. "De manhã tem sido barulhento aqui, não sei se é por ter bastante criança. E isso acaba confundindo, porque na hora da largada está todo mundo concentrado esperando o estalo da pistola para arrancar", disse o velocista brasileiro.

Viana afirmou que na segunda largada ele foi mais cuidadoso e acabou sendo prejudicado. "Acabei saindo depois dos outros, quando normalmente a largada é meu forte, sempre deixo uns dois ou três para trás. Mas foi bom que eu não gastei muita energia. Agora é descansar para voltar aqui à noite".

Sobre as chances de medalha, ele afirmou que o ouro já tem dono, a não ser que o jamaicano Usain Bolt, que já venceu os 100 metros rasos de forma espetacular, se machuque. "Ele está dois, três níveis acima de todo mundo. Está acima da humanidade. Literalmente passeando e os outros brigando pela medalha de prata", disse o amazonense, que foi ouro no Pan do Rio na prova do revezamento 4x100m.

Mas Viana, a exemplo de outros atletas e técnicos nos Jogos, está colocando dúvidas sobre a legalidade do desempenho de Bolt.

"Eu acho totalmente suspeito. Ele está fora de todas as estatísticas que a gente vê em treinamento. Na prova da final dos 100m ele usou 50 metros para bater o recorde mundial e 50 metros para se divertir. Ele foi o último a sair do bloco e em 50 metros estava na frente de todo mundo".

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Viana afirmou, no entanto, que dificilmente alguém provaria algo contra o jamaicano, porque as tecnologias para conseguir ilegalmente um desempenho superior estão muito avançadas.

"Seja o que tenha acontecido, não vamos ficar sabendo aqui. No caso da Marion Jones (velocista que utilizou doping e está presa) levou oito anos para descobrirem".

O técnico do jamaicano descartou todas as dúvidas sobre o seu desempenho, dizendo que o atleta não toma nem vitaminas.

Dentre os outros brasileiros nas competições de atletismo nesta segunda-feira, Fernando Almeida não se classificou para a próxima rodada dos 400m rasos, ficando em quinto em sua bateria.

Bruno Barros, que compete na mesma prova de Viana, ficou fora dos 200 metros, depois de chegar também em quinto na classificatória.

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