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"É mais que um jogo, é uma rivalidade histórica dos dois países", diz Luis Rodríguez, da Cuba, sobre jogo contra EUA | FREDERIC J. BROWN/AFP
"É mais que um jogo, é uma rivalidade histórica dos dois países", diz Luis Rodríguez, da Cuba, sobre jogo contra EUA| Foto: FREDERIC J. BROWN/AFP

Quase se pôde ver a costa de Havana em Pequim nesta sexta-feira. Enquanto a seleção olímpica de beisebol de Cuba se impunha sobre o arqui-rival Estados Unidos, uma brisa refrescava o ar úmido da noite cubana e os velhos edifícios onde moradores se reuniam para ver a partida.

"É mais que um jogo, é uma rivalidade histórica dos dois países", disse Luis Rodríguez, perto de meia-noite, enquanto escutava o jogo no rádio, a poucas quadras do Malecón (avenida que costeia o mar, em Havana).

Em Pequim era dia, e um céu azul, sem nuvens e pouco comum, recriava o clima caribenho para os cubanos na capital chinesa.

Quando o país tricampeão olímpico finalmente derrotou por 5 a 4 o obstinado time norte-americano - sem nenhum jogador da forte liga profissional do país -, os ruidosos cubanos no Estádio Wukesong puderam relaxar.

Foi outra vitória satisfatória contra a potência que se encontra a 145 quilômetros de sua costa, e que tem mantidos sanções econômicas à ilha desde que Fidel Castro chegou ao poder em 1959. A imagem de Che Guevara tremulava aqui e ali, aos gritos de "Cuba, Sim!"

"É uma partida como outra qualquer, é só esporte", insistia Moisés Nicot, funcionário da Embaixada cubana, sem convencer muito.

Para Cuba, nunca é. Com certeza vendo o jogo de casa, Fidel Castro, fanático por esportes, que agora cuida mais de sua saúde do que da nação, desfrutará de uma reivindicação de seu sistema socialista.

Se Cuba obtiver o ouro em Pequim, para somá-lo aos três obtidos nos quatro Jogos Olímpicos em que o beisebol participou, os jogadores serão recebidos como heróis.

"Claro que a política está sempre na cabeça. Ninguém esqueceu todos os anos da Guerra Fria", disse um norte-americano fanático, morador da Flórida, que é cheia de exilados cubanos.

"Esperemos que, com Fidel cedendo seu lugar, haja uma mudança positiva. Os cubanos e norte-americanos ficam muito próximos... Temos tanto em comum - e não é só o amor pelo beisebol", acrescentou.

Ao deixar o estádio em Pequim, fanáticos dos dois lados agitavam suas bandeiras.

Em Havana o sol ainda não havia surgido e a salsa estava bem animada.

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