O técnico José Roberto Guimarães bancou e a ponteira Natália não fez por menos. Ontem, a paranaense foi confirmada como a 12.ª integrante da seleção feminina de vôlei, que abre neste sábado a briga pelo bicampeonato olímpico.
A atacante estava há um ano sem jogar uma partida devido a duas cirurgias a que se submeteu para ressecar um tumor benigno na canela esquerda.
"Dá para apostar nela. Ela é uma jogadora diferenciada, de leitura de jogo, de velocidade. Tem um bloqueio muito bom, a reação de defesa dela é acima do normal. Para mim ela é fora de série", ressaltou o técnico, justificando a escolha, após o único treino do time na quadra olímpica antes da estreia na competição, ontem, no ginásio Earls Court.
Ela quebrou o jejum na terça-feira, em um amistoso contra a Sérvia, partida que o técnico preferiu conduzir em sigilo. "O que importa é que ela entrou bem no jogo", disse. Sem querer revelar muito sobre o time que estreia contra a Turquia, respondeu relutante ao resultado do confronto. "Vencemos", limitou-se a dizer.
Todo o processo de recuperação de Natália foi acompanhado de perto pela comissão técnica da seleção. Mesmo sem poder jogar, esteve com o time na disputa do Grand Prix, há menos de um mês. Enquanto o restante da equipe brigava pelo título (o Brasil foi vice-campeão), a ponteira voltava aos treinos com bola e a saltar.
"Estava preparada para ser cortada assim como estava preparada para jogar a Olimpíada. O Zé Roberto viu que evoluí muito nos últimos dias", diz a atleta nascida em Ponta Grossa, mas radicada em Santa Catarina. Ela vai começar a disputa no banco .
O preparador físico da seleção, José Elias de Proença, explicou que Natália ainda sente dores, mas respondeu muito bem ao trabalho de retorno às quadras, que inclui a alternância de onde partem seus saltos de ataque.
"Ela tem ossatura com densidade acima da média do feminino, o que significa que ela tem mais estrutura de ligamentos também", disse ele.
Caso a evolução de Natália não fosse a tempo de disputar os Jogos, Zé Roberto teria uma segunda opção: levou aLondres a líbero Camila Brait que, sem estar inscrita, não poderia estar com a equipe. Camila, por coincidência, é a melhor amiga da paranaense.
"Ainda não conversei com ela [Camila, sobre a escolha do técnico]. Mas já sei que vai ser uma choradeira, como seria do mesmo jeito caso eu fosse a dispensada", falou Natália.
Zé Roberto disse que Camila irá escolher se prefere ficar na capital londrina ou se volta imediatamente para o Brasil.
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