De uma família de gigantes, Bruno Schmidt, 29 anos, não cresceu tanto. Sobrinho do ex-jogador de basquete Oscar (2,05 m de altura) e do jornalista e apresentador do Fantástico Tadeu Schmidt (1,92 m), o jogador teve de provar várias vezes que tinha condições de ser jogador de vôlei de praia com “apenas” 1,85 m antes de se tornar campeão olímpico na Rio-2016 ao lado de Alison na madrugada desta sexta-feira (19).
A vitória por 2 sets a 0 sobre os italianos Paolo Nicolai e Daniele Lupo NA Arena de Copacabana garantiu o segundo ouro masculino ao vôlei de praia do Brasil – o primeiro foi em Atenas-2004 com Ricardo e o paranaense Emanuel.
“Para se manter no vôlei de praia, um jogador do meu porte tem de lutar todos os dias. E às vezes cansa. Mas tive o apoio da minha família para não desistir”, afirma Bruno, que desde 2014 forma dupla com Alison.
O Mágico, como é conhecido, diz que cogitou em largar o esporte três vezes. Só não mudou de profissão pelo apoio do pai, Luiz Felipe Schmidt, oficial da Marinha que também disputa campeonatos de vôlei máster.
“Eu perguntava ao meu pai se não estava perdendo tempo em insistir, vendo meus amigos já se formando. E devo tudo isso a ele, que acreditou em mim mais do que eu mesmo”, revela Bruno Schmidt.
Introvertido
Ao contrário do que era nas quadras o tio Oscar, um dos maiores nomes da história do basquete brasileiro, Bruno é contido nas emoções quando joga. Introvertido, dificilmente expressa emoções durante a partida. O que equilibra o comportamento empolgado do companheiro Alison.
“O Bruno vai explodir uma hora. Ele não demonstra sentimento. Ele não dorme há 15 dias [desde que começou a Olimpíada]. E eu durmo para caramba”, revela o companheiro na conquista olímpica. “Ele me ensinou a ser mais Bruno e eu ensinei ele a ser mais Alison. E deu certo”, completa o Mamute, que em Londres-2012 havia sido prata ao lado de Emanuel.