Medalhista de bronze em Londres-2012, mas apenas 23ª na prova de pentatlo desta sexta-feira (19) na Rio-2016, Yane Marques cogita parar. A atleta, escolhida para ser a porta-bandeira do Brasil na cerimônia da abertura da Olimpíada, afirma que ainda vai competir na temporada de 2017 e depois vai avaliar se continua na ativa.
“Tenho 32 anos, sou atleta desde os 12. São 20 anos de treino. Isso significa não ter finais de semana, não poder dormir tarde, ter de acordar cedo, não poder fazer extravagância, não poder comer isso, aquilo. É muita coisa que às vezes faz você pensar não se vale a pena, porque vale a pena infinitamente, mas a questão é se eu consigo”, aponta a pernambucana.
Yane Marques não vai bem e termina na 23ª colocação na Rio-2016
Leia a matéria completaJá no mês em setembro, Yane disputa o Mundial Militar de pentatlo – ela é sargento do Exército dentro do Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR) das Forças Armadas. Depois, seque a temporada de 2017, quando vai avaliar se tem condições de disputar os Jogos de Tóquio-2020.
“Dizer que vou para Tóquio só para ir, para dizer que fui atleta olímpica quatro vezes, eu não vou. Só vou se eu for competitiva”, enfatiza a atleta, que treinou três dos quatro anos de preparação para a Rio-2016 no Colégio Militar de Curitiba.
Se decidir parar, Yane afirma que vai continuar no esporte. Só não sabe como. Além de atleta, a pernambucana é formada em educação física e diz estar disposta a ajudar a popularizar o pentatlo no país, que, assim como em outros países, ainda é muito limitado ao universo militar.
“Acho que nosso esporte tem muito a oferecer. Gostaria muito que a ‘geração Yane’ acabasse e fosse substituída por gerações melhores. Temos talentos. Mas existe realmente um vácuo da minha geração para essa galera mais jovem. Eu queria que esse esporte fosse mais popular, mais acessível”, afirma a medalhista em Londres.
Estatais diminuem incentivo e Forças Armadas dão esperança ao esporte
Leia a matéria completaAlegria
Apesar do mau desempenho na Rio-2016, Yane afirma que deixou a prova nesta sexta, no complexo de Deodoro, feliz. Ela afirma que assim como ela, as outras duas melhores colocadas no ranking mundial não foram para o pódio na Rio-2016.
“Sou a primeira pentatleta a carregar a bandeira de um país numa abertura olímpica, a primeira de todo o esporte. Então, estou realizada. Tenho minha medalha olímpica em casa e sou eternamente medalhista olímpica. Esse legado ninguém tira de mim”, ressalta.
Sobre o resultado ruim nesta sexta-feira, Yane afirma que a prova de esgrima foi a que mais pesou. “Foi a pior esgrima da minha carreira em pontuação. Plasticamente foi muito boa. Fiz tudo o que sabia fazer, mas não deu”, lamenta.
Deixe sua opinião