Usain Bolt se despediu como sonhou. Nesta sexta-feira (19), o homem mais rápido do mundo fechou o revezamento 4x100 m da Rio-2016 e ajudou a Jamaica a conquistar a terceira medalha de ouro olímpica consecutiva na prova. Último ato de uma história de nove primeiros lugares nos Jogos.
“É um sentimento ótimo. Vim aqui para fazer coisas grandes e foi exatamente o que fiz”, falou o Raio, em entrevista ao canal SporTV. Pouco antes o jamaicano dançava descontraído e fazia festa com os companheiros Yohan Blake, Asafa Powell e Nickel Ashmeade.
“Estou triste [por ser minha última participação olímpica], mas feliz porque consegui tudo o que queria”, completou.
O Japão terminou na segunda colocação, com a prata. O bronze ficou com o Canadá, que herdou posição dos EUA, que foram desclassificados. O Brasil foi o sexto, beneficiado pela exclusão de Trinidad e Tobago.
No atletismo, só o finlandês Paavo Nurmi e o americano Carl Lewis têm tantas medalhas douradas quanto Bolt. Em provas de velocidade, porém, o fenômeno nascido em Trelawny é único. Enquanto Nurmi era corredor de provas de fundo e meio-fundo na década de 1920, o também velocista Lewis soma quatro de suas nove conquistas no salto em distância.
O Raio, que completa 30 anos de idade neste domingo (21), sai direto da pista azul do Engenhão para o hall de lendas para o qual afirmou que gostaria de pertencer, ao lado de ídolos mundiais como Pelé e Muhammad Ali.
Na Rio-2016, o dono dos recordes mundiais nos 100 m (9s58) e 200 m (19s19) coroou uma carreira impecável. Venceu o revezamento e as duas provas, conquistando o chamado “triplo triplo”. Mesmas provas que ele dominou em Pequim-2008 e em Londres-2012.
Tudo isso, sendo que o caribenho de 1,96 m chegou ao Brasil repleto de dúvidas sobre sua performance. No início de julho, na seletiva olímpica jamaicana, sentiu um estiramento na coxa esquerda e foi obrigado a abandonar. Sua participação na Olimpíada foi colocada em dúvida.
Bolt, porém, se recuperou a tempo de correr os 200 m rasos na etapa inglesa da Liga Diamante, em 22 de julho. Venceu com facilidade para confirmar a participação no Rio, onde finalizou seu capítulo no livro das Olimpíadas como lenda.
O que ele levará para casa dessa última jornada? O bastão do revezamento e uma bandeira do Brasil. “Vocês me adotaram aqui, cantaram meu nome. Agradeço muito, de coração”.