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Prata em 2012, Esquiva Falcão é o único boxeador profissional brasileiro que poderia ir à Rio-2016. | Daniel Ramalho/AGIF/COB/Daniel Ramalho/AGIF/COB
Prata em 2012, Esquiva Falcão é o único boxeador profissional brasileiro que poderia ir à Rio-2016.| Foto: Daniel Ramalho/AGIF/COB/Daniel Ramalho/AGIF/COB

A Olimpíada do Rio será a primeira em que pugilistas profissionais poderão competir. Na manhã desta quarta-feira, em Lausanne, na Suíça, a Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba) colocou o assunto em debate e por 88 votos a favor e apenas quatro abstenções, a abertura do evento para profissionais foi autorizada.

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A entidade não sabe dizer quantos pugilistas profissionais estarão no Rio de Janeiro. De acordo com a própria Aiba, um Pré-Olímpico na Venezuela, em junho, vai distribuir apenas 26 vagas. Mais de 200 das 250 vagas já foram definidas nominalmente. Nos próximos três dias, o assunto será alvo de um debate entre o COI, o Comitê Rio-2016 e a própria Aiba.

A decisão da Aiba é polêmica em diversos aspectos. A começar pelo fato de que a maioria absoluta dos boxeadores profissionais foi alijada de participar da competição. Cuba, Azerbaijão e Casaquistão, por exemplo, já classificaram pugilistas para todas as 10 categorias masculinas. Como as vagas são nominais, esses países obrigatoriamente levarão atletas amadores à Rio-2016.

Por outro lado, os Estados Unidos conquistaram apenas quatro vagas no boxe masculino por enquanto. Podendo participar com seis profissionais no Pré-Olímpico, poderiam classificar todos eles aos Jogos, levando vantagem, na disputa por medalhas, contra países que obtiveram sucesso em classificar seus atletas ao Rio-2016 a partir do sistema predefinido.

O Brasil, por ser dono da casa, já indicou os atletas e as categorias que serão beneficiados com os cinco convites recebidos. Por isso, só não há brasileiros classificados em três categorias (75kg, 81kg e +91kg). Apenas profissionais que se encaixam nessas subdivisões de peso poderiam pleitear participar da Rio-2016. Não seria o caso nem de Everton Lopes nem de Yamaguchi Falcão, por exemplo.

Esquiva Falcão, prata em Londres-2012, se encaixa nessa possibilidade, mas ele já afirmou que não vai brigar por uma vaga. A decisão foi tomada depois que Bob Arum, dono da Top Rank, que agencia o filipino Manny Pacquiao e próprio Esquiva, fez duras críticas à medida. “A ideia de permitir profissional nas Olimpíadas nesse curto período é absolutamente insana. Essas pessoas devem ter suas cabeças examinadas”, disse Arum.

Ele rebateu quem compara a entrada de profissionais no boxe olímpico com movimento semelhante no basquete. “Profissionais podem jogar basquete na Olimpíada, é verdade. Mas no basquete você apenas enterra sobre alguém. Não é um esporte de combate. Se você colocar a experiência dos boxeadores profissionais numa luta contra amadores, vai haver sérias consequências física”, avisou.

Em março, o Conselho Mundial de Boxe (CMB), principal organização do boxe profissional, avisou que vai expulsar qualquer pugilista que competir no Rio. De acordo com a entidade, “não é possível imaginar, muito menos aceitar, uma luta entre boxeadores profissionais, que já têm um desenvolvimento físico e técnicas avançadas, enfrentando jovens pugilistas que estão apenas começando esse processo”.

A inclusão dos profissionais do boxe ocorre depois que o movimento olímpicos começou a abrir brechas não apenas para amadores no basquete, tênis, golfe e futebol. C.K. Wu, presidente da Aiba, tomou a liderança do processo.

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