Judô, vôlei (de quadra e de praia) e a vela são os esportes que mais renderam pódios ao Brasil na história da Olimpíada – 56 ao todo. Nos Jogos do Rio, que começam daqui a dois meses, pelo menos um terço das medalhas projetadas para o país alcançar a meta de ser top 10 no quadro de conquistas terá de vir dessas modalidades. Por isso, uma das estratégias é a formação de times cascudos, com atletas experientes.
Os nomes dos 14 integrantes da equipe do judô brasileiro foram anunciados na última quarta-feira (1º). São apenas quatro estreantes. Os outros dez já possuem bagagem na competição; cinco deles têm medalhas olímpicas no currículo. O time feminino é exatamente o mesmo que representou o Brasil em Londres-2012. Na capital inglesa, a média de idade dos judocas do país foi de 25,1 anos. No Rio, será de 27,1.
“O planejamento foi feito a longo prazo. Alguns desses atletas começaram na seleção em 2008. Agora, a equipe é muito rodada e chega ao Rio consistente em termos de resultados”, afirma o gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson, que espera evolução em relação a Londres, quando o país conseguiu quatro medalhas nos tatames: um ouro e três bronzes.
Confiança nos trintões
A aposta na experiência também é observada no vôlei, outra modalidade considerada carro-chefe na delegação. Na seleção masculina, entre os 16 pré-convocados para a Rio-2016, apenas dois tem menos de 25 anos. Nove jogadores são trintões e o paranaense Serginho vai além: com 40 anos, lidera a lista dos veteranos. O líbero, que já participou de três Olimpíadas, chegou a anunciar a aposentadoria do time nacional em 2012, mas ano passado foi chamado de volta por Bernardinho, que confia na liderança do atleta em quadra.
Entre as meninas, no provável time titular que lutará pelo tricampeonato olímpico, não haverá novatas. Todas participaram da campanha vitoriosa dos Jogos de Londres. O técnico José Roberto Guimarães sabe que o histórico das jogadoras será importante para lidar com a pressão de não decepcionar jogando em casa.
“É um grande desafio trabalhar com toda essa expectativa. A química da Olimpíada é diferente, temos de tomar todos os cuidados, mas elas já passaram por muita pressão e sabem viver com isso”, diz Zé Roberto.
Nas areias, o padrão é semelhante. A média de idade das quatro duplas brasileiras é de 30,5 anos. A paranaense Ágatha, de 33, está no time. Talita/Larissa, favoritas ao ouro no Rio, acumulam participações nos Jogos de 2008 e 2012.
Multicampeão nas águas
Mais distante do público no dia a dia, a vela ganha os holofotes no período olímpico graças aos ótimos resultados. Nos últimos dez Jogos Olímpicos, a modalidade não trouxe medalha ao Brasil apenas em Barcelona-1992. No Rio, serão 15 atletas no time e apenas um com menos de 25 anos. O velejador Robert Scheidt (foto), 43, é o ‘vovô’ e mais uma vez brigará pelo pódio na classe laser. O paulista tem cinco Olimpíadas no currículo e cinco conquistas: dois ouros, duas pratas e um bronze.
Time Brasil
O país tem 439 vagas garantidas nos Jogos do Rio. Até o momento, 198 atletas já tiveram os nomes oficializados pelas respectivas confederações. São 10 paranaenses: Flávia Lima, Hederson Stefani, Júlio César de Oliveira e Moacir Zimmermann (atletismo); Rubens Donizete (ciclismo); Athos Schwantes (esgrima); Rafael Silva (judô); Henrique Rodrigues (natação); Cássio Ripel (tiro) e Ágatha (vôlei de praia).
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