Marchador Caio Bonfim é a principal aposta no atletismo nessa sexta-feira.| Foto: Wagner Carmo/CBAt

Quarto maior fornecedor de medalhas olímpicas ao Brasil, com 14 exemplares, o atletismo estreia nesta sexta-feira (11) na Rio-2016 com chances reduzidas de minimizar a crise no setor.

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Em Londres, quatro anos atrás, o esporte ficou zerado no quadro de medalhas pela primeira vez desde Barcelona-1992. A última vez que o país subiu no pódio foi há oito anos, em Pequim, quando Maurren Maggi saltou 7,04 m para conquistar a medalha dourada. Ela se tornou a quarta campeã da história do atletismo olímpico nacional, que também ostenta outros três medalhistas de prata e sete de bronze.

O BRASIL NO PÓDIO DO ATLETISMO OLÍMPICO

Pequim-2008

Ouro – Maurren Maggi (salto em distância)

Atenas-2004

Bronze – Vanderlei Cordeiro de Lima (maratona)

Sydney-2000

Prata – André Domingos, Claudinei Quirino, Edson Luciano e Vicente Lenílson (revezamento 4x100m rasos)

Atlanta-1996

Bronze – André Domingos, Arnaldo Oliveira, Edson Luciano e Robson Caetano (revezamento 4x100m rasos)

Seoul-1988

Prata – Joaquim Cruz (800 m rasos)

Bronze – Robson Caetano (200m rasos)

Los Angeles-1984

Ouro – Joaquim Cruz (800 m rasos)

Moscou-1980

Bronze – João Carlos de Oliveira (salto triplo)

Montreal-1976

Bronze – João Carlos de Oliveira (salto triplo)

Munique-1972

Bronze – Nelson Prudêncio (salto triplo)

Cidade do México-1968

Prata – Nelson Prudêncio (salto triplo)

Melbourne-1956

Ouro – Adhemar Ferreira da Silva (salto triplo)

Helsinqui-1952

Ouro – Adhemar Ferreira da Silva (salto triplo)

Bronze – José Telles da Conceição (salto em altura)

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Voltar a ‘medalhar’, contudo, é responsabilidade de poucos nomes. Apenas Fabiana Murer, do salto com vara, está entre as favoritas. A atleta de 35 anos também aparecia como forte candidata ao pódio nas últimas duas Olimpíadas e não concretizou a vantagem teórica.

Vice-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo e chefe da delegação no Rio, Warlindo Carneiro admite que o fator sorte contará nas provas até o dia 21 de agosto.

“Além da nossa competência, também contamos com a sorte para ganhar medalhas. E acredito que vamos associar essas duas coisas. Todos querem o famoso biscoito mais cobiçado do mundo”, diz o dirigente pernambucano.

“Podemos ser campeões do salto com vara no masculino, com o Thiago Braz, e no feminino. Mas também podemos ficar em oitavo.Vamos à luta”, prossegue.

Nas três provas que valem medalha nesta sexta (10.000 m, lançamento de peso femininos e marcha atlética 20 km masculino), o marchador brasiliense Caio Bonfim – sexto no campeonato mundial do ano passado – é quem tem maior possibilidade de conseguir um bom resultado.

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Se o tempo estiver quente, suas chances aumentam, cenário que também vale para Erica Sena. A pernambucana radicada no Equador, que também foi sexta colocada no Mundial da China, marcha no dia 19.

Mesma data da última aposta brasileira: a equipe feminina de velocistas do 4x100 m formada por Vanusa dos Santos, Ana Cláudia Lemos, Franciela Krasuki e Rosângela Santos.

“Todos sabem quais são nossos atletas mais pressionados”, lembra Carneiro, que prevê entre dez e 12 brasileiros disputando finais.

Ao todo, são 67 atletas na delegação e apenas uma (Vanessa Chefer, do heptatlo) não conseguiu o índice de classificação. Participará por convite da federação internacional.

Apesar de cumprir a meta de classificações, o dirigente da CBAt admite que houve erros na preparação para a Rio-2016, comprovados pelo baixo desempenho no Pan de Toronto e no Mundial de Pequim, ambos em 2015, e no Mundial de Moscou, em 2013. Foram só dois ouros conquistados no Canadá e nenhuma medalha na China e na Rússia.

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“Erramos tentando acertar. Quando os resultados não vêm a culpa é geral. Não só do atleta e do treinador. Mas estamos otimistas para uma boa participação. Isso quer dizer melhorar nossos resultados e chegar no máximo de finais possíveis”.

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