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| Foto: EMMANUEL DUNAND/AFP

Atlanta-1996 foi uma Olimpíada especial para o Brasil. No embalo de Robert Scheidt, Torben Grael, Gustavo Borges e Aurélio Miguel, o país conseguia mais de dez medalhas em uma edição dos Jogos -- foram 15 -- pela primeira vez.

A partir de então, o esporte do país resolveu sonhar mais alto. Os resultados, porém, não decolaram como se planejava.

Na Rio-2016, com a maior equipe olímpica de sua história, o COB quer colocar o Brasil pela primeira vez entre os dez primeiros no quadro de medalhas. Para isso, o país terá de conseguir melhorar um desempenho que tem sido praticamente o mesmo desde 1996.

Em Atlanta, as 15 medalhas do Brasil representaram 1,78% do total distribuído nos Jogos. O número foi um salto em relação à Barcelona-1992, quando a delegação brasileira voltou para casa com três medalhas (0,37% do total). Entretanto, o desempenho dos brasileiros não evoluiu desde então.

Em Atenas-2004, o Brasil ganhou dez medalhas (1,08% do total). Em Pequim-2008, o país igualou a marca de 1996, com 15 pódios -- porém, como a Olimpíada distribui mais prêmios a cada edição, o número, em relação ao total de medalhas do evento (1,57%), foi inferior.

O mesmo aconteceu em Londres-2012, quando o país quebrou seu recorde no número absoluto de medalhas (17). O desempenho, na verdade, foi praticamente igual ao de Atlanta. Proporcionalmente, as medalhas representaram 1,77% do total distribuído.

Para chegar ao top 10 do quadro de medalhas da Rio-2016, não basta que o país avance no número absoluto de conquistas -- precisa começar a ganhar, também, em esportes diferentes.

Guia da Olimpíada Rio-2016

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Para isso, o Brasil conta com uma delegação que cresceu consideravelmente durante os últimos ciclos olímpicos.

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Na Rio-2016, a maior delegação olímpica brasileira da história terá 465 atletas, o que representa 4,14% dos 11.237 competidores que vêm para a cidade maravilhosa. O recorde até então havia sido em 2008, quando o país levou 277 esportistas para Pequim -- ou seja, 2,53% do total de atletas nos Jogos chineses.

O inchaço da equipe brasileira acontece porque o país sedia a competição e, com isso, tem direito a inscrever atletas em quase todas as modalidades, sem a necessidade de atingir o índice olímpico.

Com isso, o país terá representantes em todos os esportes de uma Olimpíada pela primeira vez.

Entretanto, essa tendência de crescimento não é recente. Ela vem desde os anos 1970, quando o país começou a competir em uma quantidade maior de modalidades.

Apesar do recorde, vale registrar uma curiosidade: se considerarmos o número de brasileiros em relação ao total de competidores, essa não é a maior delegação olímpica da história do país.

Nos Jogos de Los Angeles-1932, muitos países europeus, afetados pela crise pós-guerra e intimidados pela distância, enviaram delegações pequenas. Com a Olimpíada reduzida, 4,35% do total de atletas eram brasileiros.

Menos mulheres

Embora as delegações do país estejam se tornando cada vez maiores, o mesmo não é verdade para o número de mulheres.

Em Atenas-2004, o Brasil enviou para os Jogos uma delegação composta por número quase igual de homens e mulheres. Eles eram 125; elas, 122. Desde então, porém, as competidoras femininas perderam espaço. O fenômeno contraria uma tendência global.

No mundo, a participação das mulheres nas delegações olímpicas aumenta de forma constante desde os anos 40. No Brasil, essa mudança só se iniciou mais tarde, na década de 1960.

Apesar do atraso, nos jogos de Atenas-2004, o país teve mais mulheres na delegação do que a média de toda a competição. A partir daí, entretanto, só regrediu. Na Rio-2016, a representação feminina do Brasil volta a ficar atrás da média do evento.

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