O time que não perde é tetracampeão paralímpico. A seleção brasileira de futebol de 5 (para deficientes visuais) venceu o Irã no fim da tarde deste sábado por 1 a 0, na decisão dos Jogos do Rio, e ficou com o ouro pela quarta vez consecutiva. Desde que a modalidade entrou no programa paralímpico, nos Jogos de Atenas, em 2004, o Brasil nunca perdeu uma partida.
Nas arquibancadas, bandeiras de Corinthians, Internacional, Ponte Preta, Remo, Santa Cruz, Vasco e Goiás. Vestindo os torcedores, camisetas de Flamengo, Fluminense e, claro, seleção brasileira. Com essa torcida típica de futebol, difícil era não gritar na hora da finalização, após uma boa defesa ou quando a bola sobrava limpa para o arremate de Jefinho ou Ricardinho. O problema é que no futebol de 5 o silêncio é fundamental. O som dos guizos internos da bola é a principal referência para os atletas em campo.
Quando o silêncio imperava, o Brasil jogava fácil. No primeiro tempo, Jefinho ficava aberto pela direita e Ricardinho pela esquerda. As jogadas de ataque do time brasileiro - que atua de verde, não de amarelo - eram invariavelmente entre os dois. Ricardinho foi o mais acionado.
O atacante que carrega nas costas da camisa o número 10 foi o principal nome da partida. Na primeira etapa, ele teve quatro chances de marcar, quase sempre conduzindo a bola pela esquerda e arrematando na diagonal. Na terceira tentativa, aos 12, fez 1 a 0. Na quarta, na única vez em que esteve de frente para o gol, mandou no travessão.
No segundo tempo, Ricardinho foi poupado na maior parte e o Brasil praticamente administrou a partida. Foram poucas as chances de gol, e quase todas da seleção brasileira. No único chute perigoso dos iranianos, Luan segurou firme no centro do gol.
A vitória do Brasil no futebol de 5, além de manter a hegemonia na modalidade, representou a 13.ª medalha de ouro do País nos Jogos Paralímpicos do Rio-2016. O grupo campeão contou com o time-base formado por Luan; Cássio, Damião, Ricardinho e Jefinho, além de Tiago, Nonato, Felipe, Dumbo e Vinícius. O técnico foi Fábio Vasconcelos, com Luis Felipe de guia.