De olho na ginástica

O saldo dos Jogos de Londres deixa bons apontamentos para 2016 e alguns desapontamentos para resolver nos próximos quatro anos. Um deles, talvez, o maior de todos, na avaliação do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman: a ginástica artística feminina.

O ouro inédito na disputa masculina, de Arthur Zanetti deixou a questão deixada de lado durante a última semana dos Jogos na capital inglesa, mas, no domingo (12), na entrevista coletiva sobre o desempenho do Brasil, Nuzmann criticou abertamente sobre o decepcionante resultado da equipe feminina, última colocada na disputa, sem nenhuma classificação para a disputa individual.

"Tudo por causa de uma briga política dentre da confederação e os atletas foram prejudicados. Tudo isso causou um dano muito grande para a ginástica do Brasil; fizemos tudo o que a gente pudesse fazer. Se essa questão política não for resolvida, teremos mais problemas pela frente. Talvez um dos maiores problemas que temos hoje", afirmou.

Após os Jogos de Pequim, a então presidente da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) perdeu a reeleição para a então vice-presidente Luciene Resende. Ao assumir o cargo, a dirigente encerrou o regime de seleção permanente da seleção de ginástica feminina, sediada em Curitiba, que era uma reclamação de parte das ginastas.

O técnico ucraniano Oleg Stapenko, responsável pela evolução do esporte no país na última década, deixou o país e só retornou no ano passado. Agora, ele treina as categorias de base do Centro de Excelência em Ginástica (Cegin), na capital paranaense, bancado pelo Movimento Live Wrigth, uma associação de empresários e atletas que trabalha pelo desenvolvimento de modalidades individuais, com forte potencial de pódios olímpicos.

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Em entrevista coletiva neste domingo (12), o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fez um balanço da participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres. O Brasil encerrou a campanha em Londres na 22.ª colocação, a mesma de Pequim. Ao todo, o país somou 17 medalhas (três de ouro, cinco de parta e nove de bronze), duas a mais do que nos Jogos anteriores.

Na análise, foi revelada decepção com algumas modalidades que não renderam como o esperado na capital britânica. De acordo com o superintendente do comitê, Marcus Vinicius Freire, ganharão "atenção especial" os esportes com desempenho aquém do projetado.

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"O atletismo sem medalha e a natação com apenas duas terão de [render] mais no Rio de Janeiro. O hipismo teve sua segunda Olimpíada sem medalha, o taekwondo ficou fora do pódio, assim como o basquete e o futebol feminino. Esses esportes vão receber atenção especial, assim como o handebol masculino, que não se classificou, além da vela, que esteve em apenas três medal races e a ginástica artística feminina, que ficou sem nenhuma final", analisou Freire.

O superintendente revelou que o plano para 2016 é ficar entre os dez primeiros colocados no quadro de medalhas e, para isso, o número de modalidades que alcançam o pódio terá de aumentar. "Para chegamos ao top 10, precisamos de 13 modalidades medalhando. Temos oito", disse Freire.

O presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, tentou minimizar o fato da estagnação brasileira no quadro de medalhas. "Fizemos a melhor preparação que podíamos, com as melhores condições de técnicas. Tudo o que foi pedido foi feito. Oferecemos serviços semelhantes às grandes potencias, mas ainda nos falta muito na comparação com esses países", declarou.

Nuzman ainda declarou que o trabalho para 2016 começou. "Trabalhamos em conjunto com as confederações, vamos aperfeiçoar essa estrutura de treinamento e condições para os atletas, especialmente diante da torcida", prometeu.