A paquera domina a Vila Olímpica da Rio-2016, mas o romantismo passa longe dos atletas. Só no primeiro final de semana da disputa, o aplicativo de encontros Tinder registrou aumento de 129% de audiência no entorno dos 31 prédios que hospedam os 10,5 mil atletas dos Jogos. No entanto, as rosas e buquês estão encalhados na floricultura dentro da vila.
“O pessoal vem mais para comprar um vasinho para decorar o apartamento ou uma flor mais simples para recepcionar alguém que chega aqui ou no aeroporto”, explica Mariana Martins, vendedora da floricultura da Vila Olímpica, que até agora só vendeu três rosas que foram presentes entre namorados.
Com esse cenário, a precaução do Comitê Olímpico Internacional (COI) em distribuir aos atletas o triplo de preservativos em relação a Londres-2012 se justifica. “Aqui na vila muita gente tem sua paquerinha. Eu mesmo já tenho o meu ‘peguinha’”, revela uma atleta brasileira, que prefere não se identificar.
No total, estão sendo distribuídos 450 mil camisinhas não só aos 10,5 mil atletas, mas a todos os hóspedes da Vila Olímpica – com comissões técnicas e dirigentes, a população sobe para 17 mil pessoas. Além das camisinhas, o COI também distribui 100 mil preservativos femininos e 175 mil lubrificantes.
A média é de 42 preservativos por atleta. A justificativa para o número tão alto é não só a fama de que o Brasil é um país mais liberal sexualmente, mas também o temor do vírus zika, transmissível sexualmente. O estado do Rio de Janeiro lidera o número infectados no país, com 46 mil pessoas – pouco mais que um quarto do total de 174 mil casos no Brasil.
Um dos atletas que não esconde estar “disponível” no Tinder durante a Olímpiada é o nadador americano Ryan Lochte, 32 anos, dono de 12 medalhas olímpicas, sendo seis de ouro. “Decidi baixar o Tinder porque ouvi que foi um sucesso em Sochi [Jogos de Inverno de 2014]. Dei match com muitas mulheres lindas e bacanas. Mas ainda não tive nenhum encontro, nem nada. Só conversei com algumas garotas”, afirmou à revista Cosmopolitan Lochte, que terça-feira (9) aumentou sua coleção de medalhas com o ouro no revezamento 4x200 m ao lado de Michael Phelps.
Briga
Os flertes na Vila Olímpica da Rio-2016 causaram a primeira briga na delegação brasileira no último final de semana. A saltadora Ingrid Oliveira foi para seu quarto com outro atleta do salto ornamental e a companheira na prova plataforma 10 m, Giovanna Pedroso não gostou. Giovanna que teve de dormir na sala do apartamento, relatou o caso aos dirigentes da Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos (CBDA). Segunda-feira (8), Ingrid e Giovanna, que já haviam brigado antes dos Jogos e começaram a disputa sem se falar, anunciaram o fim da dupla.
A desavença entre as duas chegou ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), que preferiu não punir Ingrid. Em nota, o COB afirmou que “problemas internos são resolvidos dentro da própria missão, priorizando, sempre que possível, o caráter educativo antes do punitivo”.