A disputa de uma das modalidades mais curiosas da Olimpíada do Rio começou nesta quarta-feira (10). No hipismo adestramento, os atletas têm a missão de fazer os cavalos executarem movimentos específicos, praticamente uma dança com os animais.
Irmãos Almeida e filho de Hortência formam equipe do Brasil
O Brasil compete com um time completo no adestramento pela primeira vez. A equipe anfitriã é mais nova entre todos os conjuntos – média de idade de apenas 21 anos. A ‘veterana’ do time é Luiza Almeida, 24, que já está em sua terceira Olimpíada. Ela estreou nos Jogos ainda adolescente em Pequim-2008.
Desta vez, ela está acompanhada dos irmãos Pedro e Manoel. O primeiro é titular e o segundo reserva da equipe. João Oliva, filho da ex-jogadora de basquete Hortência, e Giovana Prado completam a seleção.
Os brasileiros celebram a chance de levar o esporte para um público mais leigo. “A Olimpíada aqui no país divulga bem mais o esporte. Espero que eles tenham gostado e acompanhem mais para que o adestramento cresça no Brasil”, diz Pedro Almeida, 22 anos e estreante em Olimpíada.
Os cavalos andam de ladinho, de costas, fazem giros, além dos ‘passos de dança’ parados no mesmo lugar e trotes em ritmos diferentes. As exibições duram cerca de seis minutos e são avaliadas por sete juízes.
ENTENDA o hipismo na Olimpíada
E se tem dança, é preciso ter trilha sonora. Todas as apresentações são acompanhadas do som instrumental de uma canção – semelhante a um karaokê. E a música clássica não é a única opção. No primeiro dia de competição, por exemplo, pode-se ouvir “My heart will go on”, de Celine Dion – o popular tema do filme Titanic – e até mesmo “As long as you love me”, da banda Backstreet Boys, febre entre os adolescentes na década de 90.
A trilha sonora, porém, não é escolhida pelos atletas. Tudo fica a cargo de um DJ do campeonato. “Eles sempre fazem uma graça. Entra um brasileiro, eles põe um sambinha. Os britânicos, tema de 007. Começa a chover, colocam ‘It’s raining man’”, brinca o cavaleiro brasileiro Pedro Almeida que competiu ao som de “Mas que nada”, de Jorge Ben Jor.
Público
A proximidade de casa, o preço mais baixo (R$ 70) e a facilidade em se encontrar ingressos foram alguns dos motivos que levaram os brasileiros para acompanhar o hipismo adestramento. O Centro Olímpico do Complexo de Deodoro ficou longe de lotar. A grande maioria dos presentes não conhecia as regras do esporte, mas estava empolgado em acompanhar um evento olímpico de perto.
“Moro aqui na região e sempre vejo os cavalos, então não podia perder a chance de ver algo profissional”, conta a enfermeira carioca Monique Falcão que acompanhou a competição ao lado da mãe. As duas conseguiram comprar bilhetes no dia anterior à disputa.
A vontade das crianças em ver os animais de perto também motivou muito pais. A fonoaudióloga Renata Oliveira veio com a filha Maria Luiza, de cinco anos. “Vim por causa dela. Ela queria ver muito os cavalos”, diz a mãe.
A prima de Renata, a advogada Juliana Lage, também foi ao Centro Olímpico, mas confundiu as modalidades. “Achei quer era a prova dos saltos na verdade. Quando cheguei, vi que não era. Aí fui procurar no celular para entender um pouco o adestramento”, admite.
O carioca Fábio Souza, de 32 anos, também nunca tinha ouvido falar no esporte. Ele trouxe a afilhada Ana Beatriz, 10 anos para assistir a prova. “Um amigo tinha dois ingressos sobrando e não podia vir. Aproveitei para fazer um programa diferente”.
Potências
Alemanha, Holanda e Grã-Bretanha são considerados os países mais fortes no adestramento. Em Londres-2012, o domínio foi dos donos da casa que venceram a competição por equipes e no individual ficaram com o ouro e o bronze.
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