Um museu sobre rodas vai levar peças olímpicas raras para 45 cidades brasileiras até o início dos Jogos do Rio, em 5 agosto. Artigos de acervos particulares e dos Comitês Olímpicos Brasileiro e Internacional foram colocados em dois grandes caminhões que vão rodar o país nos próximos meses. Tudo poderá ser visto de graça.
No Paraná, três municípios foram escolhidos para receber o Museu Itinerante ‘Se Prepara Brasil’: Londrina (20 e 21/6), Cascavel (23 e 24/6) e Curitiba (12 e 13/7) – na Praça Rui Barbosa, centro. O tour começou no último dia 30 de abril, quando as carretas partiram de Vitória-ES e Goiânia-GO. Serão 30 mil km percorridos em dois roteiros diferentes até a chegada ao Rio de Janeiro.
FOTOS: Veja imagens da exposição Se Prepara Brasil, o “aquece” da Olimpíada carioca
O objetivo é fazer um ‘esquenta’ para o maior evento esportivo mundial, levando a exposição para pontos de grande circulação nas cidades. Na capital paranaense, o caminhão olímpico ficará estacionado na Praça Rui Barbosa. Basta chegar e entrar.
Dentro do veículo, conquistas históricas de diferentes épocas estão reunidas. Por exemplo, apenas três passos separam uma réplica fiel da primeira medalha de ouro do Brasil em Jogos Olímpicos – conquistada pelo atirador Guilherme Paraense, na Antuérpia-1920 –, do quimono utilizado em Londres-2012 por Sarah Menezes, a única judoca do país a subir ao lugar mais alto do pódio em uma Olimpíada.
“É a primeira vez que se organiza algo neste modelo itinerante antes de uma Olimpíada. A ideia é se aproximar das pessoas nas cinco regiões, fazendo com que elas se preparem, entrem no clima olímpico”, explica Alexandre Nogueira, diretor do grupo Bradesco Seguros, patrocinador do museu. A expectativa é alcançar cerca de 100 mil pessoas com a iniciativa.
Acessibilidade
O museu olímpico conta com um elevador que permite acesso aos cadeirantes interessados em visitar o local. Pessoas com deficiência visual também podem ir, já que a exposição é adaptada. O acesso de cães-guia é permitido.
Além da área dedicada aos feitos marcantes do país, foram organizadas seções referentes à história dos Jogos, curiosidades e uma voltada para a Rio-2016. Todas contam com painéis interativos e televisões que exibem momentos olímpicos importantes.
Vinte pessoas podem entrar juntas no museu sobre rodas e é possível ver tudo com calma em 15 a 20 minutos. Se quiser ficar mais, não há problema, já que não existe limite de tempo nas visitas.
“Dá para ver e conhecer bastante coisa sobre a Olimpíada e, sendo de graça, ajuda bastante”, diz a professora Sara Maria Porto, que esteve no museu durante a passagem em Salvador.
Ao sair do caminhão, os visitantes podem ainda tirar fotos com a tocha olímpica e com um dos mascotes da Olimpíada e da Paralimpíada. Em alguns municípios, ex-atletas, como Giba e Leila do vôlei, vão acompanhar a exposição e interagir com o público.
Confira quatro itens de destaque da coleção do “Se Prepara, Brasil”:
- Camiseta utilizada por Giba em Atenas-2004, quando conquistou o ouro
- Cesta de pêssego usada nos jogos de basquete em Berlim-1936
- Medalhas de prata e bronze dos Jogos de Atenas-1896
- Tochas olímpicas dos Jogos de Moscou-1980 e Pequim-2008
Montagem e desmontagem do museu leva até oito horas
Organizar a logística do tour do museu itinerante não é tarefa fácil. Garantir a segurança do acervo é uma das maiores preocupações. O caminhão onde as peças ficam expostas é sempre monitorado e as viagens são realizadas apenas durante o dia, por precaução. Ao se instalar em uma cidade, o museu passa a contar com agentes locais de segurança.
Deixar o local pronto para visitação também é um desafio. Depois de estacionar, a parte traseira da carreta se expande – o tamanho é de 16 m de comprimento por 4 m de largura. A montagem da estrutura do museu dentro do veiculo leva de três a quatro horas. O mesmo período é necessário para a desmontagem antes da ida para outro município.
Todo cuidado é pouco. “As vitrines com as peças, por exemplo, são manuseadas com luvas. Precisamos ajustar uma temperatura adequada a que as peças são expostas, em torno de 20ºC. É preciso muita atenção com os detalhes”, destaca Italo Alluni, produtor operacional do museu, que conta com um staff de 50 pessoas em cada cidade onde é exposto.
*O jornalista viajou a convite da Bradesco Seguros
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