Comitê Organizador abre nesta quinta inscrições para seleção de voluntários

Opinião

Muito trabalho e muita diversão

Marcio Antonio Campos, editor de Opinião da Gazeta do Povo e voluntário nos Jogos de Inverno de Turim-2006

Os voluntários fazem parte do cenário de qualquer cidade olímpica; são bem mais numerosos que os próprios atletas – em Turim, éramos oito voluntários para cada competidor. Daqui a dois anos, 70 mil pes­­soas terão a oportunidade de colaborar com a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.

O processo de seleção avalia principalmente requisitos "técnicos", como conhecimento de idiomas, mas é a disposição para o trabalho que vai garantir que a experiência seja recompensadora. Afinal, a primeira ideia que um candidato a voluntário precisa tirar da cabeça é a noção de que o voluntariado é um passe livre para ver os Jogos Olímpicos de graça. Trabalha-se muito, e muitas vezes longe dos locais de competição, como em centros de imprensa, em aeroportos, na Vila Olímpica, nos hotéis e nas ruas. Só uma minoria de voluntários ganha acesso irrestrito às competições, e mesmo assim eles têm muito a fazer em vez de assistir aos jogos; outros podem entrar apenas nas áreas ligadas aos esportes nos quais estão trabalhando, como foi meu caso com o esqui alpino.

Então, se o seu objetivo é fazer o melhor para que os Jogos Olímpicos sejam um sucesso, siga em frente. A recompensa está no orgulho de ter participado do maior evento esportivo do planeta, em fazer amigos do mundo inteiro e, dependendo da área, em ganhar experiência profissional valiosa. O trabalho é grande, mas, ao contrário do provérbio britânico, também há muita diversão: o voluntário olímpico não tem nada de bobalhão.