Empresário Luís Blumberg comemora boas vendas e combate à pirataria de camisetas olímpicas| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A organização da Rio-2016 contratou, no ano passado, três empresas do setor têxtil para vender produtos licenciados da competição.

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A gigante multinacional Nike e a catarinense Malwee – com quadro de cerca de dez mil funcionários – venceram as primeiras licitações. A última ficou com a Dimona, uma pequena empresa familiar de 200 empregados, cujo papel se provou essencial na estratégia de combate à pirataria.

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A estratégia é simples. A fábrica com sede em Duque de Caxias e seis lojas no Rio de Janeiro, quatro delas na famosa rua de comércio popular Saara, compra as malhas, coloca as estampas e vende as camisetas oficiais a preço acessível. Enquanto um modelo básico custa R$ 95 na megastore de Copacabana, o mesmo item é vendido por R$ 39 na loja do empresário Luís Blumberg, 52 anos.

Apucarana olímpica

Todos os bonés da Rio-2016 são fabricados no Paraná. A empresa Boneleska, de Apucarana, conhecida como a cidade do boné, foi a vencedora da licitação para produzir itens oficiais com os logotipos do torneio. Ao todo, existem 42 tipos de itens licenciados, desde biquínis e raquetes de frescobol até pelúcias, vinhos e espumantes.

O preço competitivo, aliado ao ostensivo policiamento contra piratas, praticamente acabou com produtos olímpicos irregulares na cidade. Tanto que comerciantes do camelódromo Uruguaiana revendem as peças da Dimona por R$ 10 ou R$ 15 a mais.

“Somos um player que se tornou muito importante nesse mercado. Nós ajudamos a não ter pirataria, então ajudamos a vender os produtos deles [Nike e Malwee]”, afirma Blumberg, que herdou o tino comercial do pai, um judeu polonês que imigrou ao Brasil para fugir da Segunda Guerra Mundial.

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Blumberg não revela o valor do contrato de licitação, mas comemora o fato de ter pagado os royalties mínimos do contrato antes mesmo do início dos Jogos. A cada peça vendida – ao todo são 35 modelos –, o comitê organizador abocanha entre 12% e 15%. “A Olimpíada foi nossa salvação. No momento de crise resolvemos arriscar. A operação já é lucrativa”, diz o empresário.

“A Rio-2016 vai representar 40% de nosso faturamento anual. Estimo vender 120 mil peças até o fim do contrato [31 de dezembro]”, emenda.

Segundo o setor de licenciamento do comitê organizador, produtos mais baratos representarão 60% das vendas e 40% da receita total com produtos da Rio-2016.

“Ainda não fui na loja de Copacabana, mas agora que fiquei sabendo dos preços já sei que não vale a pena”, fala a aposentada Ednalda Machado, 60, enquanto escolhia camisetas para a família na loja inimiga da pirataria.

Encontrar produtos piratas da Rio-2016 no Saara é “missão impossível” 
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