Yane Marques cruza a linha de chegada em Londres: bronze| Foto: Darren Staples/CN

Curitiba será um dos polos de preparação do pentatlo moderno para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. A seleção brasileira, liderada por Yane Marques, bronze em Londres-2012, fez um período de treinamento na cidade, no fim de janeiro. Para o segundo semestre estão previstos tanto o retorno do time nacional como a vinda de equipes estrangeiras para treinos no Colégio Militar do Paraná. Estrutura que a Confederação Brasileira levou um ano para obter permissão de uso junto ao Exército, mas que impressionou por, no mesmo espaço, comportar as cinco disciplinas da modalidade: natação, tiro, corrida, esgrima e hipismo. Antes, a base era a Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro.

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VÍDEO: Yane Marques explica as provas do pentatlo moderno

"As instalações de Curitiba são únicas no Brasil, diferenciada em questão mundial também", garante o Coronel Alexandre França, treinador do Brasil e pessoal de Yane. "Queremos trazer algumas equipes de fora para treinar aqui já no segundo semestre deste ano", completa.

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Entre uma estada e outra em Curitiba, Yane cumprirá um calendário internacional em que pretende se colocar em condições de fechar o ano classificada para a Olimpíada. A programação começa com a etapa dos Estados Unidos da Copa do Mundo, de 18 a 23 de fevereiro. Ela disputará mais quatro etapas e a final do circuito até desembarcar no Canadá para o Pan de Toronto, em julho. Um calendário achatado por causa da disputa continental que dará quatro vagas na Olimpíada, prioridade em um ano que ainda tem Jogos Militares.

"Minha temporada é sempre cheia. Agora é um ano puxado, difícil, mas estou treinando bem e acredito que será uma boa temporada", afirmou a pentatleta.

Para conquistar a vaga antecipada na Rio-2016, Yane precisa melhorar o desempenho em relação ao ano passado. A atleta não teve um período de muitos pódios: foi campeã pan e sul-americana, além de ganhar o Campeonato Irlandês de Esgrima. Caiu no ranking mundial, de terceiro para nono.

"Foi um ano de poucas medalhas realmente. Mas embora tenha tido conquistas menores, a evolução técnica foi bem significativa. O caminho está sendo traçado de forma correta", aposta.

Otimismo deixado de lado quando o assunto é o futuro da modalidade. O PentaJovem, projeto criado em 2007, que descobriu Yane Marques, está em risco. Em 2013, um convênio com o governo federal liberou R$ 7,9 milhões para investimento na iniciativa até agosto de 2015. A renovação está parada por causa da mudança no comando do Ministério do Esporte.

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"Infelizmente dependemos de grana e, mesmo com as Olimpíadas, o dinheiro não apareceu. Temos a esperança, mas estão analisando. Isso desanima, pois temos de reduzir e selecionar quem vai continuar", lamenta Fabio Correa, coordenador do projeto e treinador da seleção principal.

Ao menos para os Jogos de 2016 e 2020, porém, a equipe brasileira está garantida. "Hoje temos atletas em todas as categorias de base, o que não tinha até as últimas Olimpíadas. Temos talentos para substituir a Yane e ser tão bons quanto", aposta França, confiante no polimento que será feito dentro do Colégio Militar.