25 ouros, 6 pratas e 6 bronzes. Não é o quadro de medalhas de uma potência esportiva, mas sim a soma de conquistas olímpicas dos participantes da disputa dos 200m medley da natação. Na prova dos gigantes da Rio-2016, um ‘intruso’ curitibano sonha surpreender.
Henrique Rodrigues, de 25 anos, nada no início da tarde desta quarta-feira (10) as eliminatórias no Estádio Aquático. Se avançar, volta à noite para a piscina na semifinal, onde buscará uma inédita vaga entre os oito melhores do mundo - a final é na noite de quinta (11).
Concorrentes de peso não faltam. O maior campeão olímpico da história, Michael Phelps, é o primeiro deles. Ele busca um histórico tetracampeonato, algo nunca conquistado em uma prova individual.
Greve de celular
Desde o início do mês, Henrique Rodrigues está sem celular. Ele entregou o aparelhos para o técnico antes de entrar na Vila Olímpica. O objetivo foi se afastar da internet e das redes sociais para aumentar ao máximo o nível de concentração para a prova na Rio-2016.
“Último post antes de ir para a Vila. É o último dia que fico com celular. Como parte da concentração, vou ficar fora das redes sociais e focado no grande objetivo que é nos dias 10 e 11. Dia 12 a vida já volta ao normal! Fiquem na torcida por mim e por todos nós”, escreveu o nadador em 1º de agosto.
Nem os pais foram poupados. Para encontrar o filho para um último abraço, foi preciso agendar tudo com o treinador da seleção. “Só consegui marcar para encontrar com ele na segunda-feira no fim de tarde. Mas tudo isso vale a pena. O fato de ele estar junto com estrelas da história da natação é muito gratificante”, celebra o pai Nelson que está no Rio com a esposa Sônia Maria para acompanhar de perto a prova no Estádio Aquático.
PROGRAME-SE: veja o calendário de provas e os destaques desta quarta-feira na Olimpíada
Outro norte-americano, Ryan Lochte, dono de 11 medalhas em Jogos, está obcecado pelo primeiro lugar. O nadador já subiu ao pódio três vezes nos 200m medley, mas nunca no posto mais alto – ficou com a prata em Atenas-2004 e Londres-2012 e com o bronze em Pequim-2008.
O japonês Kosuke Hagino já venceu os 400m medley na Olimpíada do Rio e quer a dobradinha na outra prova do mesmo estilo. Ainda há o chinês Shun Wang, terceiro colocado no último Mundial.
Não bastassem os estrangeiros, há a concorrência interna do carioca Thiago Pereira, único medalhista de prata do país nos últimos Jogos. É uma constelação em que o atleta de Curitiba espera ter seu nome escrito.
“É uma das provas da Olimpíada mais duras para se conseguir uma medalha. Ele precisa se sentir bem na eliminatória, tirar a tensão após a primeira caída na água. Tecnicamente ele evoluiu nos últimos anos. É preciso conseguir a melhor prova da vida dele”, reconhece Alberto Silva, chefe de equipe da natação na Rio-2016.
O preparo psicológico é considerado fundamental para Henrique. Nos Jogos de 2012, o curitibano parou no semi. O 12º lugar o frustrou. Ele diz que “fatores externos, pessoais” o atrapalharam e não gosta de falar sobre o assunto.
O pai de Henrique, Nelson Rodrigues, vê o filho mais tranquilo para competir diante da torcida brasileira. “Ele teve um amadurecimento natural e está focado. O que tinha que ter sido feito, foi feito. Temos de torcer para ele acordar em um bom dia. Nas competições individuais é assim”, diz.
O paranaense realmente evoluiu no último ciclo olímpico. No Pan de Toronto, em 2015, deixou Thiago Pereira para trás e levou o ouro com o recorde do campeonato e melhor marca da carreira: 1min57s06, tempo que o teria deixado em quinto lugar em Londres-2012. No Mundial, também no ano passado, alcançou a final e terminou em sétimo.
“O Henrique está bem, mostrou muita confiança na aclimatação. O emocional pesa. É uma coisa bem dele. Por isso, é crucial que ele tenha tranquilidade, equilíbrio. Quem consegue isso, tira vantagem sobre os outros”, atesta o técnico.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”