O casal alemão Betina e Stephan Rudollf tenta comprar para a partida de hockey da Austrália contra a Alemanha| Foto: Marco Sanchotene, enviado especial/ Gazeta do Povo

"Semifinais do handebol. Espanha contra Montenegro. Troca ingressos?" Com esse anúncio escrito em uma folha sulfite, os irmãos norue­gueses Torbjoern, Heidi e Knut Torgnes perambulavam pelo Parque Olímpico, ontem, à procura de alguém disposto a trocar entradas para o jogo Noruega contra Coreia do Sul no handebol feminino. Apesar da organização da Olimpíada dizer que os bilhetes são pessoais e intransferíveis, tem muita gente fazendo troca ou comprando entradas para as competições.

CARREGANDO :)

"Compramos os tíquetes há um ano, então não tínhamos como saber quem ia jogar, apesar de a Noruega ser campeã mundial no handebol", disse Torbjoern. Ele e seus dois irmãos estavam já há duas horas caminhando em busca de alguém com ingressos para o jogo que queriam ver. "Algumas pessoas ofereceram para o jogo de hockey da Austrália contra a Alemanha, mas a gente não quis", disse Heidi. "É uma grande competição trocar esses ingressos", arrematou Knut.

Competição que faz a criatividade dos torcedores aflorar. Enquanto os irmãos Torgnes falavam, duas outras norueguesas negociavam cadeiras para a partida de Espanha contra Montenegro. O detalhe foi como elas anunciaram: cada uma escreveu a oferta em um saco de papel para depois colocá-lo na cabeça.

Publicidade

"Estamos há umas duas horas tentando trocar o ingresso, mas faz meia hora que colocamos o saco na cabeça", disse Inger Dahl.

Outro que inovou no marketing foi o holandês Peter Groskamp. Ontem pela manhã ele imprimiu seu anúncio para trocar quatro ingressos para o jogo de hóquei da Austrália contra a Alemanha por outros para a partida de Grã-Bretanha ante a Holanda, na mesma modalidade. O papel tinha até as bandeiras dos quatro times.

"É uma loteria para conseguir os ingressos, então eu não tinha como saber se a Holanda ia jogar ou não. Acho uma pena que não há estrutura para trocar ingressos", explicou. A organização da Olimpíada recomenda o uso de um sistema de revenda de ingressos para os que não querem ou não podem mais usar o que compraram, mas Groskamp disse que não funciona. "Eu tentei, mas não consegui. Não é fácil de usar."

Fora do Parque Olímpico, a situação é mais complicada. Tem gente querendo comprar ingresso para qualquer competição. A sul-coreana Sunju Lee, que chegou na segunda-feira para passar férias em Londres, disse que precisava de nada menos do que 14 ingressos para vários esportes – sim, 14 ingressos, número confirmado por escrito, já que o inglês de Sunju não era dos mais fáceis de entender.

*Permuta

Publicidade