Desde o ataque terrorista na Olimpíada de Munique, em 1972, os eventos esportivos passaram a ser motivo de preocupação das forças de segurança no mundo todo. A aglomeração de pessoas facilita a ação de terroristas, que desde o atentado na Alemanha aproveitaram as competições para efetuar ataques.
Nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal prendeu dez suspeitos de articularem um atentado terrorista na Olimpíada Rio-2016, mês que vem. Segundo a investigação, os detidos teriam ligação com o Estado Islâmico e o líder do grupo é de Curitiba.
Relembre cinco episódios envolvendo terrorismo e esportes:
Olimpíada de Munique, setembro de 1972
A cidade de Munique, na Alemanha, foi palco do capítulo mais triste da história dos Jogos Olímpicos. Oito terroristas do grupo Setembro Negro, treinados na Líbia e no Líbano, fizeram 11 integrantes da deleção de Israel reféns, exigindo a libertação de 200 prisioneiros palestinos. Na fuga do grupo, no aeroporto, a polícia alemã prepara uma emboscada. Assim que os terroristas ficassem expostos em campo aberto, atiradores de elite entrariam em ação. Mas ao perceber a movimentação, um dos terroristas acionou uma granada e matau todos os reféns e um policial.
O acesso dos terroristas à Vila Olímpica foi bastante simples: apenas pularam uma cerca. Depois disso, o espírito olímpico, que prega a mistura dos povos, teve de ser deixado de lado em prol da segurança. Se antes turistas se misturavam às delegações na Vila Olímpica, após Munique-1972 o acesso ficou muito mais restrito. Que o diga o alemão Robert Harting, ouro no lançamento de disco em Londres-2012. O atleta foi impedido de entrar na Vila Olímpica após ter a credencial roubada e teve de dormir em uma estação de trem por uma noite.
Olimpíada de Atlanta, 27 de julho de 1996
Na madrugada de 27 de julho de 1996, o oitavo dia da Olimpíada de Atlanta, uma bomba explodiu no Parque Olímpico, a poucos metros da Vila Olímpica. O atentado foi durante um show de rock, matando uma pessoa e vitimando outra, que sofreu um enfarte ao tentar fugir.
O atentado deixou 112 feridos e gerou uma onda de críticas a serviço de inteligência dos EUA. Dois anos depois do atentado, Eric Rudolph, membro do grupo Exército de Deus, foi identificado como o responsável pelo atentado. Ele se tornou um dos 10 principais procurados pela polícia e preso em 2004. Em 2005, Rudolph admitiu a autoria e recebeu quatro condenações a prisão perpétua.
Amistoso França x Alemanha, Paris, 13 de novembro de 2015
O susto que a transmissão de TV flagrou do lateral Evra na explosão perto do Stade de France no amistoso entre França e Alemanha em 13 de novembro de 2015 poderia ter sido muito pior. A reação rápida da polícia e erros dos terroristas evitaram que a tragédia ocorresse dentro do estádio.
A bomba explodiu a 500 metros do estádio e matou quatro das 129 vítimas do atentado orquestrado pelo Estado Islâmico em outras regiões de Paris, principalmente na casa noturna Bataclan, onde a banda Eagles of Death Metal se apresentava. O artefato era para ser detonada na arquibancada do Stade de France, onde estavam 79 mil torcedores. O terrorista que morreu na ação tinha ingresso para o jogo.
O presidente francês François Hollande teve de ser retirado às pressas da partida e, por determinação das forças de segurança, os torcedores foram mantidos no estádio após a partida, já que havia o temor de mais ataques pela capital francesa.
Maratona de Boston, 15 abril de 2013
Duas bombas caseiras, feitas em panelas de pressão, vitimaram três pessoas e feriram 264, dos quais 17 amputados, na Maratona de Boston, nos EUA, em 2013. As explosões ocorreram na chegada da prova e foram orquestradas pelos irmãos chechenos Dzhokhar e Tamerian Tsarnaev.
Três dias depois dos atentados, o FBI divulgou fotos dos irmãos, que foram identificados. Na caçada aos terroristas, um policial foi morto em troca de tiros com os acusados. Tamerian Tsarnaev foi ferido com vários tiros e, na fuga, acabou atropelado e morto pelo próprio irmão. Já Dzhokhar Tsarnaev foi preso e condenado à morte por injeção letal.
Real Madrid x Barcelona, 1º de maio de 2002
Três horas antes do clássico espanhol entre Real Madrid e Barcelona pela semifinal da Liga dos Campeões em 2002, um carro-bomba explodiu perto do Estádio Santiago Bernabéu, em Madri. No total, 17 pessoas ficaram feridas, mas o jogo transcorreu normalmente, com 90 mil pessoas no estádio.
O atentado foi cometido pelo ETA (Pátria Basca e Liberdade), grupo terrorista que reivindicava a separação do País Basco da Espanha.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Deixe sua opinião