Com jogadores de pouca expressão e muitas queixas de clubes, a Fifa quer reavaliar o torneio de futebol nos Jogos Olímpicos.
A reportagem apurou com dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI) que cartolas do mundo do futebol já indicaram depois do evento no Rio-2016 que “chegou a hora” de conversar sobre a situação da competição.
Segundo um dos principais membros do COI, Francesco Ricci Bitti, o futebol nos Jogos no Brasil “foi muito satisfatório do ponto de vista do COI”. “Estádios estavam com ótima capacidade”, disse. “Mas se a Fifa quer falar do assunto, vamos ver como lidar”, lamentou. A conquista do ouro para o Brasil foi considerada, internamente pela entidade olímpica, como um dos grandes momentos do evento de 2016.
Mas os organizadores admitem que, em outros países, o impacto pode ser menor. As seleções classificadas tem o direito de levar três jogadores acima de 23 anos ao torneio. Mas, no Rio, muitas abriram mão desse direito, enquanto outras simplesmente não conseguiram autorização dos clubes para contar com seus craques.
Em entrevista à agências de notícia, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, admitiu que “algo precisa ser feito” e questionou a viabilidade do torneio no futuro. “No final, ninguém está satisfeito com o evento diante de um calendário internacional já congestionado”, disse. “Não existem datas livres”, alertou.
Pelo calendário da Fifa, clubes não são obrigados a liberar seus jogadores aos Jogos. No caso de Neymar, a decisão do Barcelona ocorreu depois de uma negociação entre o jogador, a CBF e o time catalão.
“Não se trata nem de uma competição júnior e também não é uma competição do mais alto nível”, disse Infantino. “Os jogadores não estão felizes, os clubes não estão felizes e as federações não estão felizes”, alertou. “Portanto, se não tem ninguém feliz, deve haver algo de errado”, admitiu. “Precisamos realmente olhar para isso. Não tenho uma solução”, admitiu.
“Isso é algo que todos estão falando nos círculos internos do futebol, mas também nos círculos olímpicos. Mas ninguém ousa levantar o assunto”, afirmou Infantino. O novo presidente da Fifa, porém, indicou que estava satisfeito com o entusiasmo relacionado ao torneio feminino de futebol nos Jogo.
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