Acostumado a estar sempre atrás de uma câmera fotográfica, preocupado em conseguir boas fotos em coberturas jornalísticas, nesta quinta-feira foi um dia completamente diferente e vai ficar registrado na minha memória para o resto da minha vida. Fui celebridade por alguns minutos ao fazer parte do seleto grupo de 170 pessoas que conduziram a tocha na minha cidade. Ainda mais pelo fato de em agosto eu ir para a primeira cobertura olímpica da minha carreira, pela Gazeta, a Rio-2016.
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Foi incrível e emocionante. Acabei do outro lado das lentes. Fui fotografado por várias pessoas que não tenho a menor ideia de quem sejam. Tinha apenas certeza de que o interesse genuíno delas não era em mim, mas na recordação do poder simbólico do objeto que eu estava carregando.
Também estavam lá muitos amigos, colegas de profissão e familiares, em especial a dona Nina, minha mãe.
Senti na pele a emoção quando iniciei meus 200 metros de condução pelo Largo da Ordem. Foi tão intenso que pareceu durar fraçoes de segundos. O primeiro sentimento é de que o percurso poderia ser mais longo, só para poder curtir um pouco mais aquele momento.
Nunca duvidei da simbologia que a chama olímpica carrega desde a Grécia Antiga, onde os condutores eram os mensageiros com a missão de anunciar o inicio dos Jogos e, automaticamente, as guerras eram interrompidas.
Me senti como um daqueles mensageiros. O mensageiro lá do Xaxim que, por alguns poucos minutos, teve a chance de carregar o símbolo da paz, união e amizade entre os homens.
* Albari Rosa é repórter fotográfico há 28 anos e há 12 anos trabalha na Gazeta do Povo, onde cobriu as Copas do Mundo de 2006, 2010 e 2014. Conquistou o Prêmio Vladimir Herzog com o jornalista Mauri König em 2005 com a reportagem “A infância no limite” e tem o título de jornalista amigo da criança dado pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). Em agosto, vai para a cobertura de sua primeira Olimpíada, a Rio-2016
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