“Merci Thiago”: Renaud Lavillenie, o atleta francês vaiado pelo público ao ponto de chorar ao subir ao pódio para a entrega de medalhas no atletismo, reagiu nesta quarta-feira (17) agradecendo o brasileiro Thiago Braz, medalha de ouro no salto com vara.
“Obrigado Thiago. Merci Thiago. Thanks Thiago. Sentir-se humilhado em um pódio olímpico, nunca pensei que viveria isso”, escreveu o francês em sua página no Facebook.
“Porque na pista deve existir um respeito esportivo, independentemente do que as pessoas dizem. Obrigado Serguei (Bubka) e Thiago por me mostrarem a beleza e o verdadeiro lado do nosso fabuloso esporte”, declarou, compartilhando igualmente fotos do jovem campeão olímpico brasileiro e do ex-czar ucraniano da modalidade tentando reconfortá-lo.
“Obrigado a todos aqueles que me apoiam, um grande obrigado”, conclui Lavillenie. O atleta acrescenta ao final da mensagem a hashtag: #booh.
Na terça-feira, Lavillenie foi vaiado no momento de receber sua medalha de prata no Estádio Olímpico. Enquanto as vaias saíam das arquibancadas, o francês deixou escapar lágrimas no pódio, com a prata no pescoço.
Esperando para receber sua medalha de ouro, Thiago, por sua vez, acenou para a multidão pedindo para que aplaudisse o francês, expressando sua incompreensão. Mas as vaias se estenderam. E o estrago já estava feito.
Uma vez recebida a medalha, o francês, detentor do recorde mundial (6,16m), buscou refúgio em uma pequena sala sob a arquibancada principal, de acordo com um fotógrafo da AFP.
Lá, ele desabou em lágrimas e foi consolado por Sebastian Coe, presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF). Braz, Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), e o ex-saltador com vara Sergey Bubka também foram apoiá-lo.
No Twitter do COI, Thomas Bach considerou “inaceitáveis” as vaias durante a premiação da prova. “Comportamento chocante do público que vaiou Renaud Lavillenie no pódio. Inaceitável nos Jogos Olímpicos”, escreveu em inglês o presidente do COI.
O francês atraiu a ira do público brasileiro após suas observações críticas sobre a atitude dos espectadores durante a competição.
Na segunda-feira, Lavillenie havia dito à emissora Canal+: “Acho que a última vez que vimos isso foi quando Jesse Owens correu em 1936 (...). É chato ter um público de baixa qualidade como esse dos Jogos Olímpicos”.
Posteriormente, numa coletiva e imprensa, ele tentou se desculpar pelos comentários. “Eu cometi um grande erro. Eu provavelmente estava muito irritado. É claro que não se pode comparar estes dois públicos”, indicou.
Reiterou, no entanto, que ficou incomodado com a falta de “fair play” da torcida brasileira, que segundo ele, “feriu o espírito olímpico”.
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