Weverton se posicionou de costas para o gol enquanto Neymar caminhava para a marca do pênalti, na última cobrança do Brasil contra a Alemanha, neste sábado (20), no Maracanã.
Pouco antes o camisa 1 da seleção olímpica, convocado às pressas para integrar o grupo da Rio-2016, estava ajoelhado, com as mãos para cima. Pegou a batida de Petersen, o mais experiente do time alemão. Defesa mais importante da carreira do arqueiro de 28 anos, que desde 2012 é titular do Atlético.
Weverton, nascido em Rio Branco, no Acre, foi o escolhido pelo técnico Rogério Micale para substituir o gaúcho Fernando Prass, lesionado, no grupo que tentaria o inédito ouro olímpico em casa.
Chegou com desconfiança de parte da imprensa, mas foi ganhando terreno aos poucos. Até sofrer o gol de Brandt, aos 13 minutos do segundo tempo, que empatou a grande decisão em 1 a 1, permaneceu invicto por 529 minutos.
Durante a partida, o goleiro atleticano também com a sorte. Três bolas acertaram a trave da meta que defendia no primeiro tempo. Era para ser. “Deus me trouxe aqui para fazer a diferença”, bradou Weverton, em entrevista ao SporTV, na beira do gramado do Maracanã. Instantes antes, ele abraçava Micale com força, certamente agradecendo a confiança por estar ali.
O treinador, que jogou na meta até os 23 anos, queria o arqueiro do Furacão no seu time. Não esperou a liberação de Diego Alves, do Valência, quem também foi contatado após a traumática saída do goleiro do Palmeiras.
Crucial para o inédito ouro, Weverton levou a bola do jogo para o vestiário. Ele será pai de Valentina neste ano e assim que Neymar balançou a rede, correu pegar a redonda, antes de abraçar o camisa 10. “A bola é minha pela minha história, com respeito a todos”, disse.
“Foi um jogo de luta, um jogo de vontade, com a cara do Brasil. O torcedor está de parabéns por tudo e a glória é de Deus”, comemorou o goleiro, primeiro a receber a medalha dourada no centro do gramado.