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| Foto: Fernando Frazão /Agência Brasil

Um dia após o atentado de Nice que deixou mais de 80 mortos, o governo brasileiro decidiu reforçar a segurança dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto, e celebrará uma reunião na tarde desta sexta-feira para discutir os detalhes.

O presidente interino Michel Temer participará de uma reunião de emergência marcada para 16 h (horário de Brasília) com Raul Jungmann, ministro da Defesa, Alexandre Moraes, ministro de Justiça, e Sergio Etchegoyen, ministro chefe do Gabinete de Segurança.

Cerca de 85.000 membros das forças de segurança – 47.000 policiais e 38.000 militares – serão mobilizados para garantir a segurança dos 10.500 atletas, além de oficiais, imprensa e turistas do mundo inteiro esperados para as Olimpíadas, que acontecerão de 5 a 21 de agosto.

Antes da reunião liderada pelo presidente em exercício, as autoridades anunciaram que o reforço deste dispositivo de segurança, para as primeiras Olimpíadas organizadas na América do Sul, se concentraria essencialmente nos postos de controle.

“Nós estamos acreditando que vamos ter que intensificar o sistema do controle de segurança. Vamos ter que aumentar o número de ‘checkpoints’, os controles a serem feitos, além de outras medidas”, revelou Jungmann na manhã desta sexta-feira, em entrevista à Globo News.

Tensão elevada

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, informou por sua vez que após atentado de Nice, as preocupações ligadas à segurança nos Jogos Olímpicos aumentaram, e anunciou uma “revisão das medidas de segurança”, durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.

“A partir daquele momento (atentado em Nice), o Ministério da Justiça, o Ministério da Defesa e o GSI estão trabalhando para garantir que continuemos no mesmo nível de segurança nos Jogos Olímpicos, e isso vai exigir revisões, novas providências e exige muito trabalho intenso daqui para frente para que possamos manter o nível de segurança”, afirmou Etchegoyen.

“Essa revisão, obviamente, identificará algumas lacunas e posso lhes dizer, com bom grau de probabilidade, que o quadro atual nos sugere incremento de algumas medidas relativas aos Jogos. São medidas práticas, como mais postos de controle, mais barreiras e algumas restrições de trânsito”

“É importante que a população entenda que vamos trocar um pouquinho de conforto por muita segurança”, acrescentou.

Atentado

O atentado de Nice deixou 84 mortos na noite de quinta-feira, quando um caminhão avançou contra a multidão em um trecho de dois quilômetros do Passeio dos Ingleses, cartão postal da Riviera Francesa.

Andrei Rodrigues, secretário extraordinário de segurança para grandes eventos do Ministério da Justiça, ressaltou por sua vez à AFPTV que “o Brasil já viveu uma série de grandes eventos e se prepara há muito tempo para os Jogos Olímpicos e sua segurança. Já estamos trabalhando no mais alto nível de programação de segurança dos Jogos Olímpicos, inclusive no domínio do terrorismo”.

”Mas é próprio aos planos de segurança ter esse dinamismo, essa avaliação permanente, nós fazemos isso todos os dias e continuaremos a fazer até o final das competições sem que isso implique numa alteração do que já está previsto”, acrescentou.

Risco francês

Na quarta-feira, noticiou-se a existência de um plano de atentado de um cidadão brasileiro contra atletas franceses nos Jogos do Rio, conforme relatado em audiência no Parlamento francês.

A este respeito, Rodrigues assegurou que “todos os países receberão atenção da segurança, quaisquer que sejam suas origens”.

O anúncio do reforço da segurança acontece um dia antes de uma simulação de “confronto com ameaças externas” liderada por 500 membros das forças de segurança no bairro Deodoro, um dos quatro polos olímpicos do Rio com Maracanã, Copacabana e Barra da Tijuca, a sede dos Jogos Olímpicos.

No início de julho, o ministro da Justiça Alexandre Moraes declarou que um ataque extremista no Rio durante os Jogos era uma “possibilidade”, mas “não não provável” e que as autoridades trabalhavam como se fosse.

Nesta sexta-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o presidente do Comitê Organizador Rio2016, Carlos Nuzman, também devem se reunir com autoridades federais e estaduais para fazer um balanço da organização dos jogos.

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