Herói da vitória brasileira sobre a Espanha por 66 a 65 nesta quarta-feira (9), o ala Marquinhos já havia terminado de falar com a imprensa na zona mista da Arena Carioca quando recebeu o maior elogio do dia. O jogador de 2,07 metros mal viu de onde chegou o abraço.
“Ô, meu querido”, disse, surpreso, o autor de 10 pontos na partida, os dois últimos e mais importantes a 5,5 segundos do final, enquanto Oscar Schmidt o apertava forte.
“Parabéns por acreditar no rebote, meter um tapinha”, falou Oscar, maior jogador da história do basquete brasileiro, que está no Rio trabalhando para uma emissora de televisão.
“Que é isso, nem eu acreditei”, respondeu Marquinhos, que prontamente convidou o Mão Santa para ir ao vestiário para falar com o elenco.
Oscar recusou, claramente por não se dar bem com o técnico argentino Rubens Magnano, mas o reconhecimento pode ser estendido a todo o grupo brasileiro.
O carioca Marcus Vinicius Vieira de Souza, de 32 anos, concorda.
“No último jogo [derrota para a Lituânia por 82 a 76] atuamos por 30 minutos e isso não é suficiente. Desta vez a equipe jogou muito bem os 40 minutos. Teve uma bobeirinha ou outra na rotação, mas espero que a gente continue atuando no mesmo nível por todos os 40 minutos”, afirmou o jogador do Flamengo.
Marquinhos, que terminou o jogo abraçado com a bola, disse que burlaria a segurança para levá-la para casa. Ainda mais do momento mais especial de sua carreira.
“Todo jogador tem sempre aquela de quando vai decidir uma partida. Vai ser no lance livre, bola de três? Hoje foi meu grande momento”, discursou.
Mesmo não sendo um exímio reboteiro, o ala pegou cinco no duelo, atrás apenas do espanhol Pau Gasol e do brasileiro Augusto Lima, com dez cada, e do montenegrino naturalizado espanhol Nikola Mirotic, que pegou oito bolas.
O resultado foi essencial para a o futuro da campanha brasileira nos Jogos. Com uma vitória e uma derrota, o time vai enfrentar a Croácia na próxima quinta (11), às 14h15, menos pressionado do que se tivesse perdido duas vezes, como os espanhóis, derrotados por dois pontos pelos croatas na estreia.
“É como se fosse uma respirada para a gente. Mas sabemos que não dá para ficar feliz pela vitória porque pegaremos a Croácia, um time tão bom quanto a Espanha”, acredita o ala-armador Leandrinho, que elogiou o comportamento dos torcedores.
O público, de novo, abraçou a seleção. Como se fosse torcida de clube de futebol, sobraram vaias para os europeus. Gasol ficou claramente incomodado, especialmente na hora de cobrar lances livres. Ele acertou somente cinco de 12 tentados – 42% de aproveitamento, o pior de seu time, que acertou 67%.
“Essa parte de ele não querer vir pra Olímpiada por causa do zika, ele a Hope [Solo, goleira da seleção americana de futebol], deu uma moral a mais pra torcida”, analisou Marquinhos, que não esquecerá o dia em que foi herói de Oscar Schmidt.
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