Com mensagens de inclusão e demonstrações de superação dos limites do corpo humano, a cerimônia de abertura da Paralimpíada do Rio-2016, neste sábado (7), no Maracanã cheio, foi mais simples do que as festas que iniciaram e encerraram a Olimpíada, mês passado, mas rica em entusiasmo e em momentos tocantes. Ao declarar abertos os Jogos Paralímpicos, o presidente Michel Temer (PMDB) foi bastante vaiado.
Mascote rouba a cena na cerimônia paralímpica com vestido de Gisele Bündchen
Leia a matéria completaPouco antes do início da festa, parte do público já havia gritado “Fora Temer”. Nenhum chefe de Estado estrangeiro compareceu no Maracanã.
Na parte final da cerimônia, o público vaiou muito após Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador Rio-2016, agradecer aos governos federal, estadual e municipal. Nuzman precisou interromper seu discurso. Aos poucos, as vaias se transformaram em aplausos e o dirigente, então, retornou o discurso após cerca de um minuto.
Criada pelo trio formado por Vik Muniz (artista plástico), Marcelo Rubens Paiva (escritor) e Fred Gelli (designer), a festa começou com um vídeo. O protagonista foi Sir Philip Craven, medalhista paraolímpico britânico do basquete nos anos 1970 e hoje presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês).
Craven, no vídeo, viajou com sua cadeira de rodas até Belém e em seguida para o Rio, em um breve passeio pela cultura brasileira. Foi um recurso simpático, seguido de um grande momento: a descida em alta velocidade do atleta radical e cadeirante Aaron Wheelz em uma rampa de 17 metros.
Medalhista emociona abertura da Paralimpíada ao cair com a tocha
Leia a matéria completaOutro ponto alto foi a execução do Hino Nacional pelo maestro e pianista João Carlos Martins, que não usa todos os dedos para tocar por causa de uma sequência de atrofias e paralisias. A bandeira do Brasil foi formada por voluntários com adereços nas cores nacionais.
Embalado por Monarco da Portela, pastoras da escola, Maria Rita, Diogo Nogueira, Hamilton de Holanda, Pretinho da Serrinha e Xande de Pilares, com clássicos como “A voz do morro” (Zé Keti) e “O campeão” (Neguinho da Beija-Flor), o segmento dedicado à roda tratou da importância desta invenção para toda a humanidade, não só para cadeirantes.
A praia foi retratada como espaço democrático, onde se pratica surfe, “altinha”, stand-up paddle e frescobol. Projeções transformaram o palco em um grande mar azul, com a aparição, também projetada, do nadador paralímpico Daniel Dias.
Em ordem alfabética, os cerca de 4.300 atletas de 23 modalidades e 160 delegações formaram in loco uma obra interativa de Vik Muniz, um grande quebra-cabeças com seus rostos estampados nas peças que no fim formaram um grande coração.
Os organizadores esperam que o sucesso e a audiência da abertura alavanque a venda de ingressos para as competições, que vão desta quinta-feira ao próximo dia 18. Ainda resta por vender cerca de 1 milhão de entradas, de um total de 2,4 milhões de ingressos.
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