Judoca masculino do país mais vencedor da atualidade, o peso-pesado Rafael Silva, 28, adotou uma tática curiosa para se recuperar de uma lesão que o privou de competir desde junho passado.
Em meio à reabilitação pela cirurgia que fez no músculo peitoral superior direito, sofrida durante treinamento, o paranaense adquiriu brinquedos para ocupar a cabeça.
“Comprei um monte de Lego. Na primeira semana de recuperação fiquei montando para distrair um pouco. Também ficava fazendo alguns joguinhos de carta. Isso me ajudou bastante”, contou o judoca, cujo apelido é “Baby”. Ele foi medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e é detentor de dois pódios em Campeonatos Mundiais.
Além de montar peças, ele também leu biografias dos tenistas Rafael Nadal e Roger Federer. Valeu de tudo para preencher o vazio fora do tatame. “O que mais quebra o atleta é sair da rotina”, opinou, durante treinamento que reúne todos os atletas das seleções brasileiras adultas em Pindamonhangaba, a 145 km de São Paulo.
A lesão no peito interrompeu os objetivos de Silva de ir ao Pan de Toronto e ao Mundial de Astana, no Cazaquistão. Curiosamente, ele conseguiu perder peso devido a trabalho específico --tem, atualmente, cerca de 150 kg.
“Foi estressante demais ficar fora. Acompanhar os amigos lutando e não poder estar lá é bem chato. Não quero isso para ninguém.”
O judoca volta a competir na próxima semana, no Grand Prix de Havana, em Cuba, onde vai reencontrar alguns de seus principais rivais acima de 100 kg (faixa para o peso-pesado). Depois disso, no próximo mês, ele disputará o Grand Slam de Paris e o Grand Prix de Dusseldorf, na Alemanha.
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