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| Foto: CHRISTOPHE SIMON/AFP

Mototaxista, 38 anos, com curso de um mês e meio de bombeiro e seis anos de experiência: Josué Ribeiro dos Santos é um “guardiães” da piscina olímpica, responsáveis por evitar que os melhores nadadores do mundo se afoguem.

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Uma lei do estado do Rio de Janeiro, sancionada em 2001, determina a obrigatoriedade da permanência de guardiães em piscinas residenciais, de hotéis e clubes esportivos.

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E isto inclui o Estádio Aquático no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio) que, a partir de sábado receberá as provas de natação com estrelas como Michael Phelps, Katie Ledecky, Ye-Shiwen, Ryan Lochte e Laszlo Cseh disputando medalhas.

Josué patrulha a borda da piscina durante a sessão de treinos com o uniforme de camiseta amarela com a palavra “salva-vidas” em letras vermelhas, bermudas e boné, boia laranja cruzada no corpo e chinelos de borracha.

“Eu me formei em 2004 com os bombeiros, fiz um curso de mês e meio e graças a Deus, me contrataram. Falei com um amigo meu e ele me ajudou”, contou Josué à AFP.

O comitê organizador do Rio-2016 não soube responder como foi o processo de contratação dos salva-vidas para os Jogos Olímpicos. Os bombeiros, por sua vez, asseguraram que não têm nada a ver com a seleção, pois duas empresas terceirizadas oferecem os cursos.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, foram contratados no total 78 salva-vidas com um salário de R$ 1.500 para tomar conta de sete piscinas olímpicas, inclusive as de competição e treinamento.

“Sempre alertas”Josué tem 12 anos de formado como bombeiro e trabalhou seis como salva-vidas em diferentes piscinas. Atualmente, trabalha como mototaxista na região de Guaratiba, bairro popular, também na zona oeste da cidade, a uns 27 km da Barra.

Ele leva uma hora ou mais para chegar ao Parque Olímpico todos os dias.

A verdade é que há pouco para fazer. Ele perambula pela piscina, vendo os atletas nadar de um lado para o outro, escutando um assobio ou instruções de um treinador em uma língua que não entende. De vez em quando, conversa com um colega rapidamente e ajuda a reinstalar uma raia ou a recolher algum cartaz.

Embora concorde que a possibilidade de um nadador olímpico se afogar é praticamente nula, ele garante que nunca abaixa guarda.

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“É preciso estar sempre ativos porque podem sentir alguma câimbra ou afundar. Estamos aí para ajudá-los. Se há um problema, como sou o primeiro ali, pulo, tiro da piscina e espero pela ambulância”, explicou.

E até agora ocorreu algum incidente? “Graças a Deus, não!”, disse, entusiasmado.

O acidente mais sério registrado em uma piscina olímpica pode ser o do americano Greg Louganis nos Jogos de Seul-1988. Especialista em saltos ornamentais, talvez estivesse com a cabeça em outro lugar na hora de saltar, pois bateu forte na plataforma.

Não foi necessário um salva-vidas, ele saiu sozinho e recuperado da água. Bicampeão olímpico em Los Angeles, ele manteve os títulos no trampolim e na plataforma elevada.

Contudo, Josué e seus colegas despertam inveja em muita gente. Eles terão a vista mais privilegiada dos 15.400 espectadores no Estádio Aquático: muito próximo da largada.

Quando perguntado se fica emocionado por estar entre os monstros da natação?

“Na verdade não, não os conheço, sempre trabalhei, desde os 16 anos. Os brasileiros, mais ou menos, Thiago Pereira, mas ele ainda não vi”, respondeu.

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