O próximo dia 11 de agosto, o nono de disputas oficiais da Rio-2016, promete ser intenso para o engenheiro Thiago Pessoa. Morador do bairro Botafogo, na zona Sul do Rio de Janeiro, o carioca enfrentará uma maratona pessoal para assistir a sete eventos dos Jogos Olímpicos.
O roteiro começa por uma disputa do badminton, às 8 horas, no Pavilhão 4 do Riocentro, na Barra. Na sequência, ele assistirá a jogos de tênis de mesa, provas classificatórias da natação, partida de basquete masculino (Brasil x Croácia), lutas de judô (até 78 kg feminino e até 100 kg masculino) e novamente basquete (Espanha x Nigéria).
O dia fecha com quatro finais de natação, a partir das 22 horas, no Centro Aquático Olímpico. “Não sei se vou aguentar o ritmo”, confessa Thiago, de 34 anos.
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É bom ele se acostumar. Fã de esportes desde a infância, o engenheiro acompanhará 75 eventos olímpicos in loco . São 22 modalidades em 17 dias – média de 4,5 a cada 24 horas. Candidato a espectador mais assíduo da edição brasileira?
“Muita gente tem vários ingressos também, mas não conheço ninguém que comprou mais do que eu”, diz Thiago, que evita falar quanto pagou por todas as entradas, mas revela o preço da mais cara: R$ 3 mil para a cerimônia de abertura.
O roteiro olímpico do engenheiro está tão cheio que ele sequer tentou comprar mais ingressos na último grande pacote de vendas, quando 100 mil tíquetes foram colocados à disposição na última quinta-feira (21). Segundo ele, não havia mais espaços na sua logística para poder assistir aos Jogos.
Entre as finais mais concorridas, ele verá Usain Bolt duas vezes, na final dos 100m rasos e do revezamento 4x100m – prova que deve marcar a despedida do velocista. Também tem lugar garantido nas decisões do vôlei de quadra e em uma semifinal do basquete masculino, por exemplo.
De férias no período, Thiago só vai utilizar transporte público para se locomover pela cidade. Em 40% dos eventos, vai sozinho. No restante, terá a companhia de amigos ou, nos fins de semana, da namorada.
“Para mim é um investimento para a vida, uma experiência pessoal que não tem dinheiro que pague”, afirma o torcedor, que tem sido chamado de maluco assim que sua história ganhou a imprensa. “Na minha frente não falam, mas sei que me chamam de louco”, brinca.
Experiência em ‘loucuras esportivas’ não falta ao carioca. Na Copa do Mundo de 2014, ele viajou a sete cidades para ver 23 jogos do Mundial.
“Acho que o Rio ainda não abraçou a Olimpíada. Um sentimento parecido com o que vi na Copa. Demorou, mas foi. O brasileiro vai acabar abraçando durante o andamento. Quando as pessoas virem o quão legal é um evento desses, vão se motivar”, acredita.