Thiago Braz marcou o recorde olímpico no salto com vara| Foto: JOHANNES EISELE/AFP

No sábado (13), ainda na fase de classificação do salto com vara da Rio-2016, o brasileiro Thiago Braz ouviu de um jornalista na zona mista de imprensa que sua ida à final foi um milagre. Naquele dia, o atleta havia errado os dois primeiros saltos, mas conseguiu superar o sarrafo na última chance.

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Cerca de 48 horas depois, na madrugada de segunda (15) para terça (16), enquanto passava pelo mesmo local já como campeão olímpico na prova, o paulista de 22 anos desabafou, em um misto de brincadeira e ironia.

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“Queria achar aquela pessoa que disse que foi um milagre a qualificação. Fala para ele que hoje [a medalha de ouro] foi um milagre também”, disse, arrancando risos do batalhão de jornalistas que o aguardava.

Thiago não nega que o primeiro lugar foi surpreendente. Mas ele não imaginava sair do Rio de Janeiro sem uma medalha. O bronze era a meta mínima. Saltar acima de seis metros, então, estava nos planos há algum tempo.

“6,03 é uma marca que já esperava há muito tempo. Três competições atrás estava tentando bater 6 m. E hoje, em uma Olimpíada, acho que é muito mais forte [conseguir a marca]. Muito mais surpreendente do que esperava”, afirma o atleta, agora dono do recorde olímpico.

Religioso, o pupilo do russo Vitaly Petrov, que revelou lendas como Yelena Isinbayeva e Sergey Bubka, também acredita que estava predestinado a vencer o francês Renaud Lavillenie, então campeão olímpico e dono do recorde mundial (6,16 m). O paulista contou que conversou com um pastor no dia da final e ouviu que Deus o faria campeão.

“Quando o Renaud passou os 5,98 m, escutei de Deus que era para eu passar para 6,03 m. E aí fui falar com meu treinador e ele também falou para ir para 6,03 m”, lembra. “Pensei: será que vou ser campeão mesmo? Vou tentar”, falou Braz, que se definiu como uma pessoa simples e humilde. E que tenta andar no caminho certo. Não só anda, mas, de vez em quando, voa.

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