Faltando menos de uma semana para o fim da Olimpíada do Rio de Janeiro, os organizadores do evento se deparam com um novo problema: muitos dos trabalhadores voluntários dos Jogos se “desvoluntarizaram”.
“Muitos voluntários pediram dispensa porque tinham de trabalhar duas semanas ininterruptas, os cronogramas eram confusos e muitas pessoas desistiram por causa de comida: eles foram instruídos a trabalhar oito, nove horas e recebiam em troca apenas um pequeno lanche”, disse um dos voluntários, Luís Moreira, ao canal CBC do Canadá.
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Leia a matéria completaMoreira pediu dispensa de seu trabalho como voluntário esta semana por causa daquilo que definiu como a “falta de consideração pela vida e bem estar das pessoas” por parte do comitê organizador. “Era como se o comitê organizador nos estivesse fazendo um favor”, prossegue. “O comitê usa os voluntários para fazer dinheiro, nos explora por trabalho livre”, complementa.
Apenas 35 mil, das 50 mil pessoas alistadas como voluntárias para ajudar na Rio-2016 continuam a trabalhar, segundo o jornal New York Daily News (NYDN). Mas os organizadores olímpicos dizem que isto não é um problema. “Esse número [35 mil] nos permite operar em um nível confortável tendo em vista que a desistência de alguns voluntários estava prevista em nossos planos”, dizem os organizadores, ao NYDN.
Muitos dos voluntários desapontados são aqueles que trabalham longe da ação das disputas. Eles direcionam as pessoas, nas ruas, para os estádios e arenas. Eles não são voluntários que, digamos, acompanham de perto as principais provas. Já estes outros voluntários, que ficam frente a frente com seus atletas favoritos, parecem muito felizes.
“Eles não são apenas atletas, eles são atletas olímpicos”, afirma Ivo Siebert, 35 anos, um ávido ciclista dono de uma bicicletaria. “Eles são semideuses”. Siebert não mencionou qual a sua posição em relação aos lanches.
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