“Não dava para sair daqui sem uma medalha”, diz Mayra sobre conquista do bronze

A judoca Mayra Aguiar, 25 anos, entrou em uma competição particular na tarde desta quinta-feira (11). Após perder para a francesa Audrey Tcheumeo na semifinal, a gaúcha teve poucos minutos para se recuperar, retomar a concentração e ir em busca da vitória que garantiu o bronze na Rio-2016 na categoria meio-pesado (até 78 kg) contra a cubana Yalennis Castillo, prata em Pequim-2008 .

Agora, Mayra é a única judoca brasileira com dois pódios – também foi bronze em Londres-2012.

“Em um tempo muito curto, consegui trocar o sentimento ruim da derrota por um positivo, de força, garra, vontade e até de raiva, porque eu não gosto de perder”, comentou a judoca sobre a virada de chave entre a luta semifinal e a decisão de terceiro lugar. “Não dava para sair daqui sem uma medalha”, enfatiza.

Para esquecer a derrota na semifinal e ir em busca do bronze, Mayra se apegou à lembrança da última Olimpíada, quando passou pela mesma situação para chegar ao pódio.

“Em Londres aconteceu isso. Perdi a semifinal e tive que voltar a lutar para buscar o bronze. Aquilo valeu muito a pena porque transformou a minha vida, porque eu me tornei uma medalhista olímpica, com duas medalhas hoje”, compara. “Quando perdi aquela luta [semifinal em Londres], saí abalada com certeza, mas botei na cabeça que vale a pena, que eu não podia desistir ali, o quanto é bom ser medalhista”, ressalta a gaúcha.

Mayra explica que o próprio esporte que pratica ensina que não se pode desistir. “A primeira coisa que o judô te ensina é a cair, depois, a se levantar”, enfatiza. “Por isso botei na cabeça que estava [na decisão do terceiro lugar] em uma nova competição e saí vencedora dessa competição. Eu tinha perdido uma medalha [a de ouro, na semifinal], mas não a guerra. Ainda havia luta”, afirma a atleta.

Futuro

Apesar de o começo do judô brasileiro não ter sido como o planejado, Mayra confia que a modalidade ainda vá trazer mais bons resultados não só na Rio-2016, mas em outras competições. Além do bronze da judoca gaúcha, o Brasil conquistou o ouro com a carioca Rafaela Silva, na categoria leve (até 557 kg).

“Temos uma equipe feminina jovem, mas com muita experiência, com campeãs olímpicas e mundiais. Ainda temos muito a crescer”, afirma, citando, entre outras, Sarah Menezes, ouro em Londres-2012 que não conseguiu chegar ao pódio no Rio de Janeiro.