Uma das 41 medalhas de ouro conquistadas pelo Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, entre 10 e 26 de julho, veio graças à boa pontaria do paranaense Cassio Rippel, de 36 anos.
Ele venceu a prova de tiro na categoria carabina deitado de 50 metros, mostrando por que é considerado um dos melhores do mundo e esperança de medalha ano que vem nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.
“Temos conseguido manter um alto rendimento e um bom trabalho, isso desde 2013. Esse tipo de resultado é uma coroação, mostra que estamos indo na direção correta. Estou muito satisfeito”, afirma Rippel, atleta natural de Ponta Grossa.
Não existe um objetivo fixo, mas o projeto [para 2016] é estar bem entre os concorrentes e podendo lutar por medalhas, tendo condições de disputar o ouro
Oficial de carreira do Exército Brasileiro, formado pela academia de Agulhas Negras, Rippel é um dos poucos atletas a contar com apoios múltiplos: do próprio Exército, do Ministério do Esporte, por meio do plano Brasil Medalhas, do Comitê Olímpico Brasileiro e da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo. O motivo de tanta generosidade com o atleta é a possibilidade dele trazer um ouro para o Brasil.
“Esse plano foi muito bem montado e estruturado pelo Ministério do Esporte para apoiar quem estava no Top 20 e com chances de medalhas no Rio. Além disso, eu também conto com o apoio do Comitê Olímpico Brasileiro e também da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo” , diz Cassio.
No último Mundial, ele foi o primeiro na fase eliminatória e terminou a fase final na quinta colocação. Em Toronto, com a nota 207,7 pontos, fez a melhor apresentação da história da modalidade em uma final de Jogos Pan-Americanos. Com isso, também garantiu vaga nas Olimpíadas, que havia deixado escapar no Mundial.
Os bons resultados o credenciam para um bom desempenho no Rio. O próprio Cassio acredita até em repetir o sucesso alcançado no Pan.
“A projeção para 2016 é que eu consiga manter um bom treinamento durante esse período, para chegar com totais condições de competir. Não existe um objetivo fixo, mas o projeto é estar bem entre os concorrentes e podendo brigar por medalhas, tendo condições de brigar pelo ouro.”
Continência
A ligação com o Exército, além de garantir apoio para o treinamento em tempo integral, também rendeu uma grande controvérsia durante o Pan. Cassio Rippel, assim como outros atletas do Exército, fez continência quando subiu ao pódio para receber a medalha, mesmo a saudação não sendo obrigatória.
“Não deixo de ser militar porque estou representando o Brasil na competição. Sou militar 24 horas por dia. E como militar eu tenho a continência como meu cumprimento. Além disso, é um ato de reverência, então quando temos dois símbolos nacionais à nossa frente, a bandeira e o hino, prestamos continência como ato de respeito”, explica. “No Rio, as continências serão mantidas.”
O Comitê Olímpico Brasileiro defendeu as continências, e informou que o ato não teve conotação política, sendo apenas uma “demonstração de patriotismo”. As Forças Armadas criaram um programa em 2008 pelo qual atletas são selecionados por concurso e preenchem vagas temporárias que podem chegar a oito anos. Além de salários, os participantes do programa recebem atendimento médico e odontológico, alimentação e alojamento.
O esporte
As provas de tiro esportivo apresentam três categorias: carabina, pistola e tiro ao prato. As provas olímpicas se dividem em: tiro com carabina de ar(10 e 50 m); carabina deitada (50 m), carabina três posições (50 m); pistola de ar (10 m), pistola de tiro rápido (25 m), pistola (50 m); e tiro ao prato.
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