Os dois títulos de Bruno Soares no Aberto da Austrália e a liderança de Marcelo Melo no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) colocam a medalha de ouro nas duplas masculinas como uma chance real para o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio.
Para o duplista, faturar o troféu de um torneio como o Aberto da Austrália é um desafio maior que a Olimpíada. “Grand Slam é mais difícil, o que há de melhor está lá. São as duplas oficiais, estão mais bem preparadas. Nas Olimpíadas é um pouco imprevisível. Com sorte você pode pegar uma chave mais acessível”, disse durante entrevista coletiva em São Paulo nesta quarta-feira (3).
Diferentemente do que acontece no torneio olímpico de tênis, nos torneios tradicionais do circuito muitas duplas não são formadas por atletas do mesmo país, mas por especialistas na modalidade coletiva. Nos Jogos, vários tenistas acostumados a disputar partidas de simples também participam das duplas.
Foi o caso dos suíços Roger Federer e Stan Wawrinka, que acabaram como campeões em Pequim-2008.
A imprevisibilidade, por outro lado, também pode resultar em uma chave mais difícil. Soares lembrou dos Jogos de Londres-2012, quando, ao lado de Melo, parou nas quartas de final após perder para os franceses Jo Wilfried-Tsonga e Michael Llodra. “Em Londres pegamos um lado da chave mais duro, enquanto outros estavam mais acessíveis”, declarou.
A pressão por resultados em casa, de acordo com o mineiro, é um fator positivo. “As pessoas pressionam quem elas acreditam. Você pode se encolher ou encarar de frente. Eu gosto desse tipo de pressão”, afirmou.
Apesar de mostrar confiança, ele mantém os pés no chão. “Vou controlar o que for possível, treinar, me preparar, mas, às vezes, o resultado foge um pouco do controle. Você pode pegar uma chave difícil e perder na primeira rodada. Aí foi fracasso? É difícil falar”, ponderou.
Parceria
Soares não confirmou se atuará ao lado de Melo nos torneios Aberto do Rio e Aberto do Brasil, em São Paulo, ambos em fevereiro. Os mineiros estão inscritos na lista divulgada pelo Aberto do Rio, mas ainda não têm parceiros definidos.
Ambos já disseram que jogarão algumas competições juntos como preparação para a Rio-2016.
“Temos que organizar de forma que não comprometa o calendário. Acredito que até o final da semana vamos tomar uma decisão sobre isso”, disse.
De acordo com o tenista, o croata Ivan Dodig, parceiro habitual de Melo, mostrou interesse em vir para o Brasil disputar os torneios. Já o parceiro fixo de Soares, o britânico Jamie Murray, tem a preparação para a primeira rodada da Copa Davis, no início de março, como principal empecilho para participar das competições.
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