Se o pivô espanhol Pau Gasol, o atleta de maior estatura nos Jogos de Londres, com 2,15 m, fosse um obstáculo, não intimidaria o paranaense Guilherme Cobbo.
Com uma razoável margem de segurança, ele conseguiria pular além de passar o corpo completo, evitando qualquer choque sobre a cabeça do gigante do basquete.
Saltador em altura, Cobbo alcança, com facilidade, os 2,20 m, o que lhe permitiria tal façanha mesmo tendo 35 centímetros a menos que o grandalhão da NBA.
Quando saltou 2,28 m no torneio Paulista de Atletismo, em junho, Cobbo carimbou o passaporte para disputar sua primeira Olimpíada na modalidade. Mas ao contrário de Gasol, não tem o tamanho como trunfo para vencer os rivais. Tido como "baixinho", busca agora ser uma exceção nos Jogos de Londres.
Com seus 1,80 m, é considerado pequeno para a modalidade sete das dez melhores marcas do mundo foram conquistadas por atletas acima de 1,90 m, as outras três, por saltadores de 1,84 m.
O paranaense diz compensar a deficiência na velocidade que atinge antes do salto. "Não sei quantos metros por segundo percorro, mas, certamente, estou entre os mais rápidos", diz o atleta natural de Uraí, Região Norte do estado, próxima a Londrina, e que começou no atletismo pelo incentivo de uma professora na escola em Maringá.
Cobbo, 24 anos, sabe que, apesar de ter a melhor marca de um sul-americano em 2012, tem outros 23 saltadores com resultados melhores que o dele, inclusive o do atual campeão olímpico, o russo Andrey Silnov (1,98 m), que neste ano melhorou em um centímetro a marca feita no Ninho do Pássaro, em Pequim há quatro anos, quando saltou 2,36 m
O pé-vermelho prefere não fazer estimativas de quanto pode saltar no Estádio Olímpico de Londres. "Fiz isso no Troféu Brasil, há duas semanas, e acabou que fiz tudo errado. Disse em entrevista que queria o índice A da Iaaf [Associação das Federações Internacionais de Atletismo], de 2,31 m. Desta vez, vou deixar em aberto e vou para fazer meu melhor. Acho que consigo classificar para a final. Chegando lá, tudo pode acontecer".
Além da velocidade, conquistada em anos de treinamento de provas de salto com barreiras, que competia até decidir seguir em uma única prova, Cobbo diz ter a seu favor a evolução conquistada nos últimos três anos, quando foi morar em Bragança Paulista (SP) para treinar com um especialista em salto em altura, o técnico Kyioshi Takahashi.
"Nesse tempo, evoluí dez centímetros", conta, sem esconder a falta de laço esportivo com a terra natal..
A decisão, em 2009, foi ousada: ele trocou os treinos com Nélio Moura, responsável pelo ouro olímpico de Maurren Maggi no salto em distância, para treinar com a equipe da Rede Atletismo, que, meses depois foi denunciada por casos de doping de sete atletas, por indicação do técnico Jayme Netto.
"Os treinos com o Nélio eram muito bons. Mas ele se especializou nos saltos em distância. Eu precisava corrigir detalhes de cada fase em altura. Claro, que com o escândalo da Rede Atletismo, a situação ficou preocupante. Mas, como depois o Esporte Clube Pinheiros assumiu boa parte do time, pude seguir evoluindo", fecha o atleta.
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