Enquanto o mundo se choca com a condição alarmante das águas cariocas, onde serão realizadas provas de vela e windsurf da Rio-2016, outro tipo de poluição pode ser ainda mais preocupante. Segundo a agência de notícias Reuters, o ar carioca tem apresentado níveis de material particulado (MP 10, no termo técnico), a classe mais perigosa de poluentes atmosféricos, muito acima do limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Este tipo de substância no ar, causada sobretudo pela emissão de escapamentos dos 2,7 milhões de veículos na cidade, pode levar a câncer de pulmão, enfarte, derrame e asma. A OMS diz que o MP 10 causou a morte de 3,7 milhões de pessoas no mundo em 2012.
De acordo com a Reuters, citando dados governamentais, a região metropolitana do Rio apresentou entre 2010 e 2014 uma média anual de 52 MP 10 por metro cúbico, quando o limite aconselhado pela OMS é de 20.
Isso coloca a sede dos Jogos de 2016 como a segunda sede olímpica com ar mais letal desde que as medições começaram, nos anos 1980. Somente Pequim, cidade chinesa que sediou os Jogos em 2008, tinha pior qualidade de ar, com médias que superavam 80 MP 10 por metro cúbico.
Uma fonte ouvida pela Reuters, o patologista Paulo Saldiva, da Universidade de São Paulo (USP) e membro de um comitê de cientistas da OMS, calcula que o número de mortes causadas pelo ar carioca pode ser maior do que o de óbitos relacionado à violência. Ele diz que o MP 10 pode ter levado cerca de 5.400 pessoas à morte em 2014. Como comparação, a Reuters aponta que, em 2015, a violência tirou 3.117 vidas na capital.
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