O Brasil corre o risco de perder a sede das provas de hipismo na Olimpíada do Rio. Quem garante isso é Luiz Roberto Giugni, presidente da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH). Segundo ele, a demora do Ministério da Agricultura em acertar os protocolos sanitários para a vinda dos cavalos do exterior pode fazer com que a federação internacional da modalidade mude o local de provas. “Já existe plano B e C. A competição poderá ser em outro país”, revela.
O dirigente, que participou nesta quarta-feira da abertura do Concurso de Saltos Internacional Indoor da Hípica Paulista, garante que isso não é especulação, apesar de ser algo que nunca aconteceu antes.
“A alternativa seria fazer a competição em outro lugar que possa receber os cavalos. É uma situação real que pode acontecer. Tive uma reunião ontem e já se discute essa possibilidade”, avisa, lembrando que a federação internacional deu um prazo até o final do mês para bater o martelo.
Justamente por causa da vigilância sanitária uma única vez uma edição dos Jogos Olímpicos foram disputados em dois países. Como as leis sanitárias da Austrália exigiam uma quarentena para a entrada dos cavalos do hipismo na Olimpíada de Meulborne, em 1956, não houve tempo hábil para levar os animais para a cidade e a prova teve de ser disputada em Estocolmo, na Suécia. As provas de hipismo aconteceram cinco meses antes do início dos Jogos em Meulborne.
Ele explica que existe um acordo sanitário que precisa ser feito entre países. Os cavalos até podem vir ao Brasil, mas tem de haver uma garantia para voltar sem nenhuma restrição de problemas sanitários. Esse certificado de entrada e saída tem de estar definido e ser aceito pela comunidade europeia. “O ministério criou o protocolo, mas não está preocupado em solucionar o problema com a comunidade internacional”, diz.
Luiz Roberto Giugni afirma que já esgotou todas as possibilidades de contato com o Ministério da Agricultura e sabe que a comunidade internacional está pressionando.
“As pessoas estão preocupadas, cobram isso da federação internacional, que já não sabe mais o que responder. É um acerto de protocolo que precisa ser feito. Apesar de cobrarmos do ministério, não temos resposta. A paciência deles chegou ao limite e já estão pensando em buscar alternativas, se não vamos ter uma Olimpíada linda, em um lugar maravilhoso, sem cavalos.”
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