Giba conquistou três medalhas olímpicas na carreira.| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

“Eu tenho a convicção de que medalha o Brasil vai levar”. É assim, sem titubear, que o paranaense Giba fala sobre o que espera da seleção masculina de vôlei nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. A opinião não pode ser ignorada. Em 17 anos defendendo o time nacional, ele ganhou tudo o que podia. A experiência em Olimpíada é vasta: são quatro no currículo e três medalhas: ouro em Atenas-2004 e duas pratas, em Pequim-2008 e Londres-2012.

CARREGANDO :)

OLIMPÍADA: veja as principais notícias sobre os Jogos do Rio

Giba se aposentou em agosto do ano passado, aos 37 anos, mas o discurso é de quem ainda se sente parte do grupo. “Eu conheço o trabalho do Bernardinho, conheço a cabeça dos atletas que estão lá dentro. Não espero nada diferente do que aconteceu nos últimos três Jogos”, disse o ex-jogador à Gazeta do Povo durante o lançamento de sua biografia, Giba Neles!, nesta semana, em Curitiba.

Publicidade

Apesar do otimismo, o desafio nunca foi tão grande para a seleção brasileira. Diferentes países estão revezando o protagonismo nas principais competições da modalidade nos últimos anos, deixando claro o equilíbrio crescente entre os times.

Garantidos

Doze seleções vão lutar pelo ouro no vôlei masculino nos Jogos do Rio. Quatro seleções se garantiram até agora: Brasil (país sede); Argentina (campeã do Pré-Olímpico da América do Sul), além de Estados Unidos e Itália (campeão e vice da Copa do Mundo). Os outros pré-olímpicos continentais serão realizados em janeiro. A última chance para ficar com uma vaga será em uma classificatória mundial, entre maio e junho do ano que vem.

A Rússia é a atual campeã olímpica; o Mundial de 2014 foi vencido pela Polônia; a Liga Mundial deste ano coroou a França, enquanto que os Estados Unidos levaram a Copa do Mundo, no último mês de setembro. Considerando estes quatro torneios citados, oito seleções diferentes subiram ao pódio. Todas de olho no ouro em 2016.

“O equilíbrio sempre esteve aí, mas nossa geração destoou, chegando sempre nas finais. Hoje a mescla está maior. Isso é devido à mudança de geração. Quem era derrotado na nossa época, agora já tem mais experiência para estar ganhando. Existem mais equipes brigando, mas o Brasil segue entre os favoritos”, analisou Giba.

Os últimos campeões no vôlei masculino

Copa do Mundo (disputada a cada quatro anos) – Edição de 2015

1º - Estados Unidos

2º - Itália

3º - Polônia

Liga Mundial (disputada todo ano) – Edição de 2015

1º - França

2º - Sérvia

3º - Estados Unidos

Mundial (disputado a cada quatro anos) – Edição de 2014

1º - Polônia

2º - Brasil

3º - Alemanha

Olimpíada (disputada a cada quatro anos) – Edição de 2012

1º - Rússia

2º - Brasil

3º - Itália

*oito seleções diferentes alcançaram pelo menos um pódio

Publicidade

O ex-jogador também alerta para outro possível obstáculo: o fator casa e a obrigação de vencer diante da torcida. “A pressão pela vitória faz uma diferença muito grande. E não vem só da imprensa, mas da família. Você fica preocupado, pensando se pegaram ingresso, se estão bem no hotel... Quando você está fora do Brasil, não desperdiça energia com isso”, ressaltou.

“Principalmente quem vai participar da primeira Olimpíada vai ter de prestar bastante atenção nos psicólogos. É preciso pensar única e exclusivamente na competição e não no que está acontecendo no entorno”, recomendou.

As experiências recentes em casa em torneios com as principais potências não foram boas. Desde 2000, o Brasil sediou a fase final da Liga Mundial três vezes: foi vice-campeão em 2002, quarto colocado em 2008 e, na edição deste ano, não conseguiu passar nem para a semifinal.

Nada que abale a confiança de Giba no time de Bernardinho. Mesmo agora na função de comentarista, ele promete ser um dos mais fanáticos torcedores nos Jogos do Rio. “É a primeira Olimpíada depois de quatro que eu estou fora. Mesmo estando nessa nova função, eu não vou conseguir ser imparcial. Vou torcer muito”, garantiu.