A Rússia sofreu mais uma punição por causa de doping nos Jogos Olímpicos. Desta vez, de forma retroativa: as russas do revezamento 4 x 400 m que ficaram com a prata em Pequim-2008 perderam a medalha após Anastasiya Kapachinskaia ser punida pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).
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Leia a matéria completaSegundo o comitê, a medida é parte de uma estratégia para combater o uso de substâncias proibidas no esporte. A preocupação com a questão vem aumentando após um escândalo estatal de doping ser revelado na Rússia, o que levou a Iaaf (Associação das Federações Internacionais de Atletismo) a banir a equipe de atletismo do país da Rio-2016.
Segundo o COI, as punições são parte de uma estratégia antidoping que inclui “pré-testes e reanálises direcionadas de amostras colhidas em Pequim-2008 e Londres-2012 após um processo de inteligência que começou em agosto de 2015”.
Como parte do processo, três atletas russos foram punidos, entre eles Kapachinskaia, que testou positivo para os esteroides estanozolol (conhecido como Winstrol) e turinabol.
Ela e todas as suas companheiras de equipe na prova 4 x 400 m precisam devolver as medalhas ao comitê. Com a decisão, a Jamaica sobe um lugar no pódio e fica com a prata, enquanto Belarus foi promovido ao terceiro lugar.
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Além do revezamento 4 x 400 m, a russa também competiu na prova de 400 m rasos em 2008. À época, terminou em quinto lugar e, por isso, não alterou o quadro de medalhas.
Outras punições
Foram punidos também os russos Alexander Pogorelov, 36, que ficou em quarto no decatlo em Pequim-2008, e Ivan Iushkov, 35, que à época ficou em décimo no arremesso de peso.
Pogorelov testou positivo para turinabol, também utilizado por Iushkov, além de estanozolol e oxandrolona.
Nesta terça, outra atleta russa foi punida com a perda da medalha em Pequim-2008: Iulia Chermoshanskaya. Ela fez parte do time russo de revezamento 4 x 100 m que venceu o ouro na ocasião. Quem se beneficiou foi o time brasileiro, que naquela Olimpíada ficou no quarto lugar e herdou a medalha de bronze.
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Agência O Globo
Dos cerca de 11 mil atletas que competem no Rio, pelo menos 120 já cumpriram suspensão ou tiveram que devolver medalhas por terem sido flagrados no doping, mas se livraram das punições a tempo de participar dos Jogos deste ano. A proporção é de aproximadamente um para cada 100 competidores, ou 1%.
Segundo reportagem do jornal americano “The New York Times”, 28 das quase 800 medalhas entregues até ontem foram para atletas que já tinham cumprido suspensão por doping.
Alguns deles foram criticados abertamente por seus colegas no Rio. Nas provas de natação, a russa Yulia Efimova e o chinês Sun Yang foram alvos de comentários nesse sentido. Efimova, de 24 anos, ganhou duas medalhas de prata, nos 100m e 200m peito. Ela já cumpriu uma suspensão de 16 meses por doping, e em 2016 teve mais um exame positivo, desta vez para meldonium, substância banida recentemente.
Inicialmente, Efimova estava proibida de competir no Rio, ao lado de outros seis nadadores russos que tinham sido flagrado em exames antidoping ou que estavam sob investigação, ligados ao esquema de dopagem patrocinado pelo estado russo. No entanto, uma liminar de última hora permitiu que eles competissem.
Efimova foi vaiada todas as vezes que caiu na água, e foi criticada pela nadadora americana Lilly King. Sun, também de 24 anos, foi chamado de “trapaceiro dopado” pelo nadador australiano Mack Horton antes da prova de 400m medley masculina. Horton, de 20 anos, ganhou o ouro, com Sun no segundo lugar. O australiano chamou a prova de “uma vitória dos caras certos”. Sun acabou ganhando um ouro, nos 200m livre.
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