Michael Phelps é muito, muito rico. Ele tem dezenas de milhões de dólares em contratos publicitários e ainda recebe uma soma generosa por suas realizações na piscina. E também tem um montante de metal precioso.
Depois de 23 medalhas de ouro em quatro Jogos Olímpicos, se Phelps quisesse vender sua coleção, provavelmente ganharia milhões de dólares, dizem especialistas em memorabilia esportiva.
Medalhas olímpicas de ouro têm um mercado pequeno, mas dedicado, de colecionadores. Uma única medalha de uma Olimpíada moderna vale mais de US$ 30 mil (R$ 96 mil), dependendo do atleta que a conquistou.
O pugilista ucraniano Wladimir Klitschko vendeu sua medalha de 1994 por US$ 1 milhão (R$ 3,2 milhões) em 2012. Mark Wells, membro da equipe norte-americana de hóquei de 1980, que venceu a partida apelidada de “Milagre no Gelo”, vendeu a sua em 2002 por US$ 40 mil (R$ 129 mil).
As medalhas de Phelps valem pelo menos US$ 100 mil (R$ 322 mil) cada, talvez até mais se forem de uma competição especial. A lenda de Michael Phelps, o atleta olímpico mais premiado de todos os tempos, vale muito dinheiro.
“Há algo sobre o que aconteceu [no Rio de Janeiro] que o faz diferente”, diz Brian Steiner, chefe-executivo de avaliação de objetos esportivos da casa de leilões Steiner Sports. “Isso foi o que de alguma forma o catapultou a um outro nível de grandeza”.
Como apenas pedaços de metal, os ouros de Phelps valem cerca de US$ 10 mil (R$ 32 mil). Medalhas de “ouro” não são feitas realmente de ouro desde os Jogos de 1912, em Estocolmo. Elas são só banhados ao metal nobre -- cerca de 1% -- com o resto sendo formado por uma liga de prata e cobre.
As medalhas de ouro de Rio pesam 500 gramas. São as mais pesadas já concedidas nos Jogos de verão. Phelps ganhou cinco delas no Rio e uma outra de prata.
É um bom momento para ter metais preciosos. Depois da votação britânica para a saída da União Europeia, investidores sugerem guardar ouro e prata em vez de moedas estrangeiras, como a libra esterlina e o euro. O ouro teve alta de 8% desde o Brexit, sendo negociado a US$ 1.355,50 (R$ 4,4 mil) a onça, ou US$ 47 (R$ 151) por grama. A prata subiu até 20%, e é negociada a US$ 20,22 (R$ 65) a onça.
Não que os colecionadores se preocupem com a quantidade de ouro ou prata. Eles se preocupam com o fato de o item ter ido ou não parar no pescoço de Phelps.
“Quando se trata de prêmios, há um valor intrínseco, mas com medalhas é diferente. Não existe este valor”, diz Mike Provenzale, gerente de produção esportiva na casa de leilões Heritage. “O que importa é o que são, e não do que são feitas.”
A Heritage vende muitos aneis da NBA e NFL carregados de diamante e ouro. Estes sim têm valor intrínseco, diz Provenzale. Um anel vistoso provavelmente vale US$ 10 mil (R$ 32 mil). Mas os compradores vão gastar US$ 20 mil (R$ 64 mil) neles: metade pelo custo dos materiais, metade porque realmente amam seus times.
Com as medalhas olímpicas, ainda que vintage, não funciona deste jeito. A Heritage está vendendo uma medalha de mergulho dos Jogos de 1936, em Berlim. Seu valor intrínseco, com o preço do ouro e prata ajustado para 2016, é inferior a US$ 100 (R$ 322). Provenzale espera vendê-la em leilão até o final do mês por mais de US$ 20 mil (R$ 64 mil).