Depois do futebol que serviu de couvert, hoje a abertura dos Jogos é oficial. Fogos de artifício, shows de dança e acrobacia, desfile das delegações, Paul McCartney, aquele negócio todo... Aí as escolhas passam a ser pessoais. Cada um procura tempo e espaço para acompanhar a modalidade que lhe atrai. É difícil imaginar que exista alguém indiferente a qualquer competição esportiva. Ainda mais quando reúnem diferentes origens étnicas, culturas, religiões, que fazem da Olimpíada o maior congresso do planeta.

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O que me encanta nos Jogos Olímpicos é o pluralismo transmitido para a humanidade. São poucos dias, é verdade, mas a luz que clareia durante duas semanas e pouco é preciosa sob o ponto de vista das coisas mais importantes da vida, como a tolerância, o respeito e a humildade. A convivência com as diferenças do nosso semelhante quebra o preconceito. Ou pelo menos permite quebrar.

Claro que há o lado sombrio da coisa. O modo como o esporte tenta ser destruído pela cobiça e pela ambição; pela pompa e a hipocrisia dos aproveitadores. Mas a alma dos Jogos ainda é o velho Barão, que nasceu aristocrático e investiu toda a herança nos ideais olímpicos para que eles não morressem. Coubertin morreu pobre, mas as Olimpíadas se tornaram poderosas.

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Semana que vem me junto ao time da Gazeta do Povo que está em Londres. Talvez essa Olimpíada não supere a de Pequim em organização e não emocione tanto quanto a de Barcelona. Mas penso que promoverá uma reflexão, digamos, mais humana nos poderosos chefes de estado do mundo que estarão na abertura de hoje. Devem aprender com os atletas, que são os verdadeiros protagonistas, a conviver, a respeitar e a tolerar. A pluralidade da Olimpíada é o que a faz única e singular.

Masculino e feminino

O time de Marta foi mais eficiente que o de Neymar. O fato das mulheres fritarem Ca­­ma­­rões na quarta, não é tão importante quanto à forma silenciosa com que, a cada Olimpíada, se saiam bem. Cristiane – assim como Ronaldo em Copas – já é a maior goleadora de todas as Olimpíadas. Comparando os rivais, a missão delas é mais difícil. Japonesas, americanas e nórdicas são mais poderosas do que a Espanha ou Uruguai para o masculino.

Não consigo digerir a opção do técnico por Hulk deixando David Luiz fora. Como diz o Romário, quando se convoca jogador maior de 23 anos, este deve impor respeito aos adversários. Além de a defesa ser muito mais carente do que o ataque, onde sobram Pato, Lucas e Ganso. A vitória de ontem não transmite segurança. Mesmo assim acredito no ouro.