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Na seleção, Amanda Netto Simeão espera definição de imbróglio jurídico para saber se disputará também a competição individual no Rio. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Na seleção, Amanda Netto Simeão espera definição de imbróglio jurídico para saber se disputará também a competição individual no Rio.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

A Justiça é quem dará a palavra final sobre a escalação da seleção brasileira olímpica de espada feminina. A Confederação Brasileira de Esgrima (CBE) tem até 1.º de julho para inscrever as quatro atletas que representarão o país na prova de 11 de agosto dos Jogos do Rio-2016 . Anunciada na semana passada como integrante da equipe, a húngara Emese Takács hoje está fora da disputa.

Contra a atleta pesa decisão liminar da juíza Anne Karina Costa, da 5.ª Vara Federal de Curitiba, que suspendeu sua naturalização, concedida no ano passado, com base no processo movido pelo técnico Giocondo Cabral – a União, que também é ré na ação, irá recorrer no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, com sede em Porto Alegre.

Segundo Cabral, a húngara não cumpriu dois pontos necessários para obtenção da cidadania brasileira: fluência em português e o tempo mínimo de residência no país.

Além disso, ele a acusa de ter forjado casamento com o fotógrafo freelancer Rafael de França Barreto, em maio de 2013, com o intuito de participar da Olimpíada. O período cai para um ano no caso de cônjuge de brasileiros – normalmente são quatro.

183 DIAS

De acordo com o registro da Polícia Federal, é o tempo que Emese Takács permaneceu no Brasil durante toda sua vida. O prazo mínimo necessário para requerer a naturalização é de um ano de residência contínua. Em 2013, ano em que se casou com Rafael de França Barreto, ficou apenas dez dias em terras brasileiras.

“Ela não tem nada a ver com o Brasil, veio para tirar a vaga de alguém, se promover às nossas custas, pegar verba do governo e depois dar uma banana para a gente”, reclama Cabral, que é treinador da curitibana Amanda Netto Simeão, dona da quarta vaga do time de espada, mas que entrará também para a competição individual caso Emese seja excluída.

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“Se ela participasse dos Jogos e conquistássemos uma medalha, mas depois comprovassem a fraude, todas nós seríamos prejudicadas. Anos de esforço jogados fora”, alerta Amanda, número 63 do ranking mundial do esporte. Emese é apenas a 105.ª colocada, mas ficou com a vaga por ter melhor posicionamento no ranking nacional.

Alertada em janeiro sobre o casamento forjado, Amanda anexou ao processo diversos posts de Facebook que demonstram que a húngara mantém relacionamento com um conterrâneo chamado Attila Szabó simultaneamente ao casamento.

A reportagem entrou em contato com Emese por WhatsApp, mas ela respondeu, em inglês, que não iria se pronunciar. Seu treinador, Evandro Oliveira, garante que ela ainda não foi intimada, pois está na Hungria, treinando. “Ela nem sequer tem advogado. Não é pessoa de posses e precisará de um defensor público”, afirma.

Americana filha de pai brasileiro, Katherine Miller é quem herdaria a vaga na equipe. “É um insulto o fato de ela tentar representar o país sem cumprir os requisitos de cidadania, nem ter conexão com o Brasil”, argumenta.

Via assessoria, a CBE garante que cumprirá a lei, mas prevê uma ‘guerra de liminares’ até o prazo final.

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