Chove, chuva
Um dos favoritos ao ouro olímpico, o velejador Robert Scheidt chegou a Londres sem se preocupar com o frio e a chuva predominantes na capital inglesa. "A gente já sabia que o tempo ia ser assim. É a sexta vez que competimos aqui desde 2010, e frio não vai atrapalhar. Temos roupas muito boas", disse o bicampeão olímpico, que tenta mais uma medalha ao lado do parceiro Bruno Prada. Segundo o serviço de meteorologia britânico, entre julho e agosto a cidade terá, em média, temperaturas máxima de 22,9°C e mínima de 13,5°C. Deve chover 49 mm, bem acima da média prevista no dossiê de candidatura aos Jogos: 16,2 mm.
QG revela novo status do COB
Em vez da Vila Olímpica, os primeiro atletas brasileiros deram entrada em Londres no Crystal Palace, um centro de alto rendimento esportivo alugado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). A instalação será usada exclusivamente pela delegação nacional até o fim dos Jogos.
É a primeira vez que o COB investe em tal infraestrutura o custo deverá ser divulgado ao fim dos Jogos.
O ineditismo da ação, diz o superintendente Marcus Vinícius Freire, está na mudança do status financeiro da entidade. "Antes não tínhamos dinheiro", admitiu. "O Pan [de 2007 no Rio] mostrou que temos condições de realizar eventos e, com isso, veio a vitória para a Olimpíada de 2016. A partir de então, há financiamento e vontade política", justificou.
O último balanço patrimonial do COB mostra o aumento deste fluxo financeiro. Em 2010, a aplicação de recursos da entidade para o esporte olímpico era de R$ 82.567.807. No ano seguinte, o valor subiu para R$ 111.923.603 um aumento de 35,55%. (AE)
A polícia britânica não foi páreo para a horda de jornalistas e câmeras brasileiros, ávidos por imagens e declarações do campeão olímpico Cesar Cielo, que desembarcou ontem no aeroporto de Heathrow, em Londres. O aparato repressivo se esforçou para conter os profissionais de imprensa, ameaçou retirar as credenciais dos jornalistas, mas alguns conseguiram furar o cerco. Resignado, o nadador, que não estava disposto a dar entrevistas, foi forçado a mudar de ideia e concedeu uma breve coletiva.
O velocista fez uma comparação entre a sua versão atual e a de 2008, que obteve o bronze nos 100 m livre e o ouro nos 50 m. "Agora tenho mais experiência e maturidade. Espero que isso se reverta de maneira positiva para mim".
Adepto da utilização de frases de motivação, Cielo citou uma que postou em seu facebook. "A inspiração é uma frase do Walt Disney: Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor", disse Cielo. "Então, vou tentar o impossível".
Os últimos resultados não são suficientes para colocar Cesar Cielo como um forte candidato a outra medalha nos 100 m livre. Nos 50 m, é favorito ao bi olímpico. Mas Alberto Silva, o treinador do brasileiro, não despreza as chances.
"O Cielo vai nadar pelo ouro também nos 100 m", disse, em entrevista concedida por telefone, antes da viagem a Londres. "Trabalhamos na volta dele". A ida de Cielo sempre foi melhor do que a volta na "prova-rainha" da natação. O cansaço o impede de ser tão eficiente nos 100 m. Albertinho fez questão de destacar que esse ponto fraco foi atacado.
Cielo chegou a Londres em um voo que também levou os judocas Leandro Guilheiro e Tiago Camilo, o velejador Bruno Prada, além de parte da delegação do atletismo e da natação.
Em casa
A saltadora Keila Costa foi a primeira brasileira a chegar ao Centro de Treinamento Crystal Palace, em Londres, ontem, para o período final de preparação para a Olimpíada.
"Já estou me sentindo em casa com todas essas bandeiras brasileiras. Me sinto bem abrindo as portas para a delegação", disse Keila, medalhista de prata no salto em distância e triplo nos Jogos Pan-americanos-2007, no Rio.