Única medalhista de ouro do Brasil nos Jogos do Rio, a judoca Rafaela Silva não tem dúvida em apontar o francês Teddy Riner como seu ídolo no esporte. Ela não é a única. O lutador criou uma legião de fãs nos últimos anos graças a um histórico impecável dentro dos tatames.
Com 2,03m e 140 kg, Riner luta entre os peso-pesados e não perde um combate na categoria desde a Olimpíada de Pequim-2008, quando ficou com o bronze. Ou seja, sustenta uma incrível invencibilidade de oito anos. São 108 vitórias consecutivas.
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Neste período imbatível, o atleta conquistou oito títulos mundiais e a medalha de ouro em Londres-2012. O francês esbanja confiança e, em tom de brincadeira, diz que a única pessoa que teme é a própria mãe.
“Estou ansioso para que comece logo a Olimpíada para mim. Quatro anos é muito tempo. Quero pisar no tatame e ganhar o ouro”, declarou em entrevista coletiva no Rio de Janeiro.
Baby é última esperança de medalha
O paranaense Rafael ‘Baby’ Silva, de 29 anos, é a última chance de medalha brasileira entre os homens no judô na Rio-2016. Até aqui, as conquistas do país na modalidade foram o ouro de Rafaela Silva e o bronze de Mayra Aguiar.
Felipe Kitadai, Charles Chibana, Alex Pombo, Victor Penalber, Tiago Camilo e Rafael Buzacarini perderam diante da torcida. Eles não chegaram a disputar nem o terceiro lugar.
Medalhista de bronze em Londres-2012, Baby sofreu com contusões e, por pouco, não perdeu a vaga brasileira na categoria para o mato-grossense David Moura. No entanto, se recuperou a tempo de disputar a Olimpíada.
O Brasil garante pelo menos um pódio no judô masculino desde os Jogos de Los Angeles-1984.
Tamanha soberania fez a fama de Riner extrapolar os tatames. Ele tornou-se o principal nome do esporte francês e embaixador da candidatura de Paris para ser sede dos Jogos de 2024. A preparação dele para a Rio-2016 virou tema de documentário. Recentemente, foi convidado para ser dublador em um filme de animação da Disney.
A amizade com os boleiros é outra marca do judoca. O futebol é um de seus hobbies prediletos e, antes da Olimpíada, ele recebeu mensagens de incentivo nas redes sociais do ex-atacante Thierry Henry e do brasileiro Neymar.
Mesmo antes de competir, o lutador já ganhou papel de destaque na Olimpíada. Após vencer uma votação popular, ele carregou a bandeira francesa na cerimônia de abertura dos Jogos, no Maracanã.
No caminho de judoca paranaense
Na capital carioca desde o último dia 3, Riner está à vontade. Foi na cidade que ele conquistou dois de seus títulos mundiais. Um deles foi o primeiro, quando ainda tinha 18 anos. Ele diz que adora os brasileiros, mas sabe que pode ter a torcida contra em certo momento da competição. O francês está do mesmo lado da chave do paranaense Rafael Silva. Um confronto entre os dois é possível já nas quartas de final.
“O Teddy revolucionou a luta dos pesados, tornou mais dinâmica, com mais movimentação. A categoria já não é daquelas lutas lentas, que se arrastam”, elogia o judoca criado em Rolândia, no Norte do estado.
Nas sete vezes em que se encontraram, o brasileiro levou a pior em todas, mas Riner minimiza o retrospecto. “O Rafael Silva é um adversário muito forte e vai lutar em sua casa. Vai estar com vontade de provar que pode também acreditar na medalha. Não vai ser a primeira vez que nos encontramos, mas a cada vez é preciso colocar a contagem no zero. Se a gente se enfrentar, espero que seja um belo encontro”, projeta o número 1 do mundo.
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