A prefeitura de Paris votará nesta segunda-feira (13), com o respaldo da maioria dos partidos presentes no Conselho Municipal, seu apoio à candidatura da cidade para os Jogos Olímpicos de 2024. Até o momento, já foram comprometidos 2 milhões de euros dos cofres municipais para a candidatura, embora o verdadeiro respaldo tenha chegado com o relatório de viabilidade elaborado por especialistas e entregue na quinta-feira (9) passada à prefeita Anne Hidalgo.
Inicialmente, a prefeita não era favorável a que Paris concorresse para sediar os Jogos dentro de nove anos, mas sim de se postular para a organização da Expo Universal de 2025. Hidalgo viveu em primeira pessoa, sendo a “número dois” do então prefeito Bertrand Delanoë, os fracassos olímpicos de 2001 e 2005, e até o final se mostrou reticente aos gastos necessários para essa candidatura. Mas, no final, estimulada principalmente pelos desejos do presidente François Hollande, a capital francesa será candidata aos Jogos Olímpicos de 2024, com um respaldo popular ainda morno.
Segundo uma pesquisa realizada pela empresa Odoxa e publicada neste domingo (12) pelo jornal Le Parisien, 61% dos franceses são favoráveis a receber os Jogos de 2024, contra 38% que não desejam. Nesta mesma linha, consultados a escolher o adjetivo que melhor descreve o evento olímpico, os parisienses se inclinam majoritariamente por “caros demais”, com 84%, na frente de outros mais favoráveis como “espetaculares”.
Apesar de tudo, a decisão parece já estar tomada, e os 163 vereadores do Conselho Municipal debaterão se darão sinal verde à ambição olímpica da Cidade Luz. O texto que Hidalgo submeterá à votação lembra em pouco mais de 30 parágrafos “o amor de Paris pelo esporte”, a “qualidade das infraestruturas da metrópole” e “a mensagem universalista oferecida no último dia 11 de janeiro”, com a gigantesca manifestação contra o terrorismo após os atentados contra a revista Charlie Hebdo.
A expectativa é por um consenso arrasador entre os grupos com representação municipal, com a ressalva dos ecologistas, que não descartam somar-se ao projeto, mas criticam a urgência com que se elaborou o dossiê. Além disso, reivindicam que a decisão seja submetida a um referendo popular, algo que dificilmente acontecerá devido ao temor que possa ser rejeitada.
Por sua parte, Hidalgo prometeu nas páginas do Le Parisien uma “grande consulta” em 2016, ou seja, quando a candidatura já tiver sido aprovada, mas que não será em forma de referendo. Após a votação da prefeitura parisiense, a Associação de Estudo da Ambição Olímpica e Paralímpica deverá elaborar um plano de financiamento da candidatura e um esquema das futuras sedes, onde se apostará no aproveitamento das instalações já construídas.
Para tentar convencer o Comitê Olímpico Internacional, Paris não duvidará em utilizar seu impressionante patrimônio artístico e cultural: a maratona poderia passar pela Torre Eiffel, a competição de esgrima aconteceria no Grand Palais, o tiro com arco nos Inválidos e o castelo de Versalhes poderia receber a chegada do ciclismo.
Desta forma, se não surgirem contratempos, Paris unirá seu nome aos de Hamburgo, Roma e Boston como aspirantes a sediar a principal competição esportiva mundial.
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