Demandando quase 38 bilhões de reais em investimentos, a Olimpíada Rio-2016 trouxe à tona o debate sobre as vantagens do país em sediar o evento. Enquanto as primeiras opiniões que surgiram quando o Rio de Janeiro concorreu para se tornar cidade-sede do evento eram de que os benefícios de uma possível Rio-2016 se estenderiam por todo o país, especialistas afirmam que os Jogos não impulsionam a economia.
Mas o que a história mostra sobre o “legado olímpico”? Será que os aparelhos esportivos e a infraestrutura investida em cidades que sediaram as Olimpíadas conseguem se manter? A Gazeta do Povo selecionou algumas fotos que mostram o que aconteceu com várias vilas e estádios olímpicos ao longo dos anos. Confira:
Berlim (Alemanha) 1936 - Verão
Conhecida como “a Olimpíada Nazista”, a edição de 1936 foi utilizada pela Alemanha com propósitos propagandísticos, para criar a imagem de um país forte e unido. Completando 80 anos em 2016, o evento deixou inúmeras estruturas que acabaram sendo abandonadas.
Cortina D’Ampezzo (Itália) 1956 - Inverno
A sétima edição dos Jogos Olímpicos de Inverno aconteceu na comuna italiana de Cortina D’Ampezzo, há 60 anos. A União Soviética, maior potência esportiva da época, foi a nação que conquistou mais medalhas - 16 no total.
Grenoble (França) 1968 - Inverno
Assim como aconteceu em Cortina D’Ampezzo, a Olimpíada de Inverno de Grenoble, na época em que a França era comandada pelo general Charles de Gaulle, deixou um legado de abandono.
Munique (Alemanha) 1972 - Verão
Nem a estação de trem construída para a Olimpíada de Munique, que supostamente beneficiaria a cidade no futuro, resistiu ao tempo. Além do abandono da Bahnhof München Olympiastadion, a edição é lembrada por um fato trágico: no dia 5 de setembro, oito árabes do grupo terrorista Setembro Negro mataram dois membros da delegação israelense e fizeram reféns na vila olímpica.
Sarajevo (Bósnia e Herzegovina) 1984 - Inverno
À época, Sarajevo fazia parte da Iugoslávia, e pela primeira vez uma edição das Olimpíadas de Inverno foi sediada em uma cidade de regime socialista. É um dos Jogos Olímpicos que mais gerou lugares abandonados, sendo que uma parte da Vila Olímpica chegou a se transformar em um cemitério improvisado.
Atlanta (Estados Unidos) 1996 - Verão
Até a edição dos Jogos sediada em Atlanta, nos Estados Unidos - a maior potência olímpica da atualidade - tem um legado de abandono. O Estádio Herndon, que recebeu partidas de hóquei de grama, sofreu com a ação dos vândalos durante os anos.
Atenas (Grécia) 2004 - Verão
Primeiros Jogos do século XXI, a edição de Atenas já sofreu antes mesmo de seu início, com atraso na entrega das obras e reformas feitas para o evento.
Turim (Itália) 2006 - Inverno
A Vila Olímpica da Olimpíada de Inverno de Turim, a terceira sediada na Itália, foi abandonada no decorrer dos 10 anos que se sucederam após a realização do evento. Agora, porém, os prédios pode vir a ter um destino nobre: estão sendo ocupados por refugiados.
Pequim (China) 2008 - Verão
Apesar de ter ocorrido há apenas oito anos, Pequim já coleciona lugares olímpicos abandonados, como a arena de vôlei de praia e a pista de BMX.
Colaboraram: Cecília Tümler e Mariana Balan