O Centro Integrado Antiterrorismo (Ciant) descobriu que ao menos quatro pessoas ligadas a grupos terroristas tentaram efetivar credenciamento para “cobertura jornalística” das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Elas tiveram credenciais negadas e seguem sob monitoramento de serviços de inteligência internacional.
O Ciant descobriu ainda que 61 brasileiros com mandado de prisão por crimes diversos entraram com pedido de credencial junto à organização dos Jogos.
Aproximadamente 460 mil solicitações já receberam inspeções da entidade antiterrorista, das quais 11 mil foram indicadas para “não-credenciamento”.
Em 2015, o diretor do Departamento de Integração do Sistema Integrado Brasileiro de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura, afirmou à Agência Brasil que o país mantém relações com 80 países para a troca de informações.
Segundo ele, o acompanhamento do tema é feito de forma perene pelos 35 órgãos que compõem o Sistema Brasileiro de Inteligência. Os países que fazem parte do Ciant, com sede em Brasília, são Estados Unidos, Espanha, França, Reino Unido, Argentina, Bélgica e Paraguai.
Em abril desse ano, o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues, reconheceu que a situação internacional inspira preocupação, principalmente depois dos atentados ocorridos recentemente na França, em Nice e Paris, na Bélgica e em um aeroporto da Turquia. Representantes da Abin informaram neste sábado (16), após uma simulação antiterrorismo na estação de trem de Deodoro, que irão à França nesta segunda-feira (18) para trocar informações com autoridades do país sobre terrorismo depois dos atendados da última quinta-feira (14) na Riviera Francesa.
O governo brasileiro também já adquiriu os equipamentos que serão usados na revista realizada na entrada das instalações. São 823 portais, 505 magnetômetros de mão (raquetes) e 336 aparelhos de raio X. Dentro das instalações olímpicas ainda haverá centros integrados de segurança: serão nove em Deodoro, quatro na região Maracanã, quatro em Copacabana e dez para a região da Barra da Tijuca, onde está instalada a Vila Olímpica.
No começo do mês, a Abin afirmou à Gazeta do Povo que “a ação dos chamados ‘lobos solitários’ representa desafio à atuação dos órgãos de segurança na prevenção ao terrorismo”. A agência diz ainda ter desenvolvido uma série de metodologias e ferramentas para monitorar e identificar essas ameaças.