Montevidéu Acordar às 5h30 da manhã, encarar 30 minutos de ônibus entre o hotel e o Aeroporto de Guarulhos, esperar a decolagem por 40 minutos e voar duas horas e meia entre São Paulo e Montevidéu, tudo isso poucas horas depois do desgastante jogo contra o Palmeiras, no Palestra Itália.
Esse foi o capítulo mais recente da maratona em que se transformou a temporada do Atlético nos últimos dois meses. A seqüência de dois jogos por semana começou no empate por 3 a 3 com o Figueirense, dia 20 de agosto, e pode se estender até dezembro, caso o time avance na Copa Sul-Americana.
A série sem repouso já fez as primeiras vítimas. Com problemas musculares, o goleiro Cléber e o lateral-direito Jancarlos voltaram para Curitiba. Além disso, o técnico Vadão adiantou que deve poupar outros titulares na partida de quinta-feira contra o Nacional-URU, pela Sul-Americana.
Ele não esquece que a prova de resistência continua apenas três dias depois, 5 mil quilômetros ao norte. "Temos um importante jogo com o Fortaleza e não vou poder tirar ninguém dele", explicou o treinador, que considera desconfortável a posição do Atlético no Brasileiro 13.º lugar, cinco pontos acima da zona de rebaixamento.
Em outras partidas Vadão perguntou aos jogadores se alguém gostaria de ficar de fora. Ouviu sempre que todos queriam jogar. Por isso desta vez vai tomar a decisão por conta própria.
Dos titulares que seguiram viagem, o meia Ferreira, o lateral-esquerdo Michel e o volante Marcelo Silva são os mais desgastados. Porém o último tem escalação certa. Ele seria poupado na Sul-Americana, mas tomou o terceiro cartão amarelo no Brasileiro e terá a chance de descansar enquanto a delegação estiver no Ceará.
A queda de rendimento no segundo tempo das três últimas partidas três empates é o que preocupa a comissão técnica. "É impossível evitar (a queda). Só podemos minimizar", disse o preparador físico Walter Grassmann, admitindo a possibilidade de pedir a Vadão que não escale jogadores que eventualmente cheguem a situações extremas.
"O tempo mínimo de descanso acaba não sendo respeitado. Para se recuperar fisicamente, o atleta precisa de 24 a 36 horas depois de um jogo. Mas nesse período ele já está treinando ou viajando", acrescentou Grassmann, que sugeriu à CBF consultar preparadores físicos, nutricionistas e fisiologistas antes de fechar o calendário do futebol.
Curioso é que, em meio à maratona, o Furacão vem conseguindo resultados melhores do que antes dela. São oito vitórias, seis empates e três derrotas (aproveitamento de 58,8%). Nas 17 partidas anteriores, com apenas três jogos de meio de semana, foram cinco vitórias, três empates e nove derrotas (35,3%).
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Deixe sua opinião